Giacomo perdeu os pais muito cedo, sua única família foi seu padrinho Eric que o criou desde seus dez anos, lhe ensinou muito da vida, a ser um bom homem e amar os livros como seus pais.
O que ele não imaginava era se apaixonar por sua melhor amiga...
Fiquei ouvindo a conversa de Chyler e Estevão, mas não comentei, fingi não ter ouvido, não queria falar sobre o tópico que eles comentavam, tudo o que queria era chegar em casa e poder ver Giacomo, depois viver minha vida com minha família, minha mãe me odiava; ok! Foda-se.
Como queria fingir que as palavras dela não me feriram, porém apesar de tudo, era ela minha mãe! Eu sabia de algum modo que ela fazia tudo isso por que amava ou amou meu pai, e queria apenas fazer ele sofrer, porém me usar para isso era injusto.
Fechei meus olhos e me deixei levar pelo som que saia por meus fones a melodia sem letra me acalmou, tentei esvaziar minha mente, e não foi difícil.
- Leh! Chegamos - ouvi a voz de Estevão.
- tá... - abri meus olhos e os dois me encaravam - credo parece até que morreu alguém.
- você parecia morta, chamei três vezes - meu pai murmurou rindo.
- pareço você quando dorme no sofá - brinquei levantando da poltrona.
- que mentira, eu não durmo no sofá - ele respondeu.
- sei! - Chyler quem murmurou seguindo na frente.
📜📨
Caminhamos pelo saguão do aeroporto juntos, Estevão empurrava o carrinho com minhas malas, Chyler estava ao meu lado, eles parecia me torturar andando tão devagarinho quando saímos da área de desembarque vi ele! Meu Gio. Eu senti falta dele, todos os dias, mas ali percebi que não era só por ele ser meu melhor amigo.
Já sabia que não éramos apenas melhores amigos, porém aquilo? Meu coração acelerou ao ver ele.
- segura - coloquei minha mochila em cima da mala e corri na direção de Giacomo.
Ele me viu também e abriu os braços, eu literalmente me lancei em seus braços.
- que saudade - falei perdida em seu abraço.
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Giacomo me fitou e eu o beijei, não na testa, ou bochecha, mas onde desejei nos últimos meses, senti seus lábios macios, foi tão bom quanto nosso primeiro beijo, foi fugas e ao mesmo tempo gentil, os braços dele estavam em volta da minha cintura, mantendo meus pés fora do chão, enquanto os meus braços estavam em volta do seu pescoço, quando o beijo chegou ao fim mantive minha testa unida a dele.
- isso foi um tanto surpreendente - ele falou baixinho, abri meus olhos e encontrei os dele.
- ficar longe de você foi escruciante... Não a como não me deixar levar por esse momento inopino... Não imaginei que estaria aqui.
- e onde mais estaria loirinha? - Giacomo me deixou pisar chão.
- só não pensei! - murmurei.
- eu encontrei uma palavra para descrever o que senti ao saber que estava chegando - ele tocou meu rosto com o dedos.
- qual?
- desfastio - ele falou rindo.
- "alegria"
- regozijo, contentamento, entusiasmo... E!açorado por te ver.
- idem! - falei ficando sem jeito.
- eu acho que vou te deixar falar com meu pai! Estou monopolizando você. - Gio me deu um sorriso de lado.
- não estava reclamando! Mas tudo bem - me afastei dele.
- eu ganho abraço? - Eric perguntou.
- claro que sim - o abracei - saudade.
- também Ellen! Você e sua animação fizeram muita falta - ele riu.
- imagino - brinquei.
- também, talvez assim Giacomo pare de andar pela casa reclamando e falando coisas sem sentido.
- PAI! - Gio soltou sem jeito.
- tô só brincando! Estou realmente feliz por estar de volta.
- obrigado.
- pronta para ir pra casa? - meu pai perguntou.
- pode apostar que sim! Tô com fome - falei - podemos comer pão com geleia?
- sim! - ele sorriu - vocês vem junto certo? - ele olhou os três.
- acho que é melhor ir para casa, preciso dormir - Chyler murmurou - 24hrs subindo e descendo de avião não é meu modo favorito de viver.
- tudo bem! E você garoto? - Estevão olhou para Giacomo.
- sim senhor! Se o senhor deixar - ele falou meio sem jeito.
- vamos ter uma conversa sobre ter beijado minha filha, mas não tem problema.
- senhor! Sua filha me beijou - ele estava totalmente constrangido com meu pai, Eric e Chyler começaram a rir.
- vamos ter uma conversa Ellen - ele me olhou estreitando o olhar depois começou a rir - vamos... Nós vemos depois filha - Estevão foi até Chyler e a abraçou - obrigado.
- de nada pai, agora tá tudo bem, ela está em casa.
- sim! Até depois Eric!
- até depois.
📜📨
Pov'Giacomo.
Depois de comer quatro sanduíches com geleia junto com o pai, Ellen me arrastou para seu quarto, Estevão havia saido antes dizendo que precisava dormir, já Eli estava animada.
- não esta com sono? - perguntei.
- dormir a viagem toda no avião - ela respondeu puxando sua mala para o closet.
- um problema que não tem é insônia - brinquei.
- não! Eu preciso só de um banho, então fica aí, que eu volto logo - a garota fechou a porta do closet, sentei no sofá perto da janela e olhei para além, Ellen estava aqui, agora tudo estava no seu normal, ou algo assim.
Fiquei refletido sobre os últimos dias, desde sua partida até aquele momento, o quanto ela me fez falta, como sua presença era importante, isso me confundia, por que sentia que ela era importante demais.
O sentimento que tinha era algo novo, não estava acostumado ou preparado pra isso, todavia eu não podia fugir, na verdade não queria!
- ta pensando no que? - Eli perguntou, olhei para ela que estava usando calça moletom e uma camisa que era larga demais, seus cabelos estavam molhados, parecia que suas sardas estavam ainda mais notáveis.
- pensei que ia morar no banho, faz uns vinte minutos que entrou - falei só de provocação, para não falar que estava pensando nela.
- precisava lavar o cabelo, me diz o que tava pensando! - ele sentou na minha frente no sofá.
- coisas! - murmurei.
- só fiquei 2 meses fora, mas eu aprendi a te conhecer muito antes de vir morar aqui, você tá preocupado.
- certo! Só estou pensando em você - falei vencido.
- em mim? - ela me olhou inquisitiva.
- sim! Em como estou feliz por estar de volta.
- também estou! Desculpa te beijar na frente de todos... Me empolguei.
- na hora fiquei com medo do seu pai, mas ainda estou vivo... E eu também queria te beijar - pousei minha mão em seu rosto e me aproximei para lhe beijar.
