1️⃣2️⃣9️⃣ Dois pais.

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Pov'Giacomo.


Com o passar do tempo, com a convivência aprendemos a ouvir "o silêncio" a entender o outro sem precisar perguntar, hoje eu conhecia Ellen até do avesso, e mesmo não sendo nem de longe a garota de 17 anos que me apaixonei, ainda tinha um pouco dela dentro de si, como o medo de não ser boa o suficiente, de magoar quem ama, de errar, agora seu medo era contar para os gêmeos sobre Thomas, a reação deles, apesar de terem apenas cinco anos, eles já entendiam muito da vida e da morte.

Ellen preferiu contar aqui em New York a história toda, no apartamento onde ela morou com Tom, onde guardava fotos, e lembranças daquela época, ali sempre seria o lugar "deles" aquela cidade guardava uma história que teve um final triste. Observei ela exitar em começar a história, os gêmeos estava sentados lado a lado esperando a mãe falar.

- nós estamos encrencados? - Thomas perguntou.

- não filho - Ellen riu nervosa - eu quero contar uma história pra vocês - ouvi Eli puxar o ar então abrir a caixa com as fotos - esse aqui - ela pegou uma foto e entregou para eles - é o Thomas.

- como você maninho - Lauren falou.

- isso, como seu irmão - Ellen concordou.

- por que ele tem o nome como o meu? - Thomas quis saber.

- seu nome é uma homenagem a ele... Por isso trouxe vocês aqui, quero contar sobre ele.

- por que mamãe? - nossa filha perguntou.

- a muito tempo atrás, uns 10 anos atrás - Ellen murmurou - vim morar aqui em New York, Thomas se tornou meu amigo - ela sorriu - e um tempo depois nos começamos a namorar.

- foi antes do papai? - Lauren indagou.

- sim! Antes do seu pai - Eli concordou - nos namoramos por muito tempo até que ele me pediu em casamento - ela mostrou as fotos, os dois olharam juntos.

- e você casou? - a menina estava mais interessada na história do que o irmão.

- sim! - Ellen apontou a foto - casamos... E no dia do nosso casamento eu descobri que estava grávida.

- cadê seu neném? - Thomas perguntou.

Ellen ficou uns minutos calada, vi ela segurar o choro, bem ali aconteceria o divisor de águas, onde eu deixaria de ser o pai deles e passaria a ser um dos pais, e isso tem um peso.

- estava grávida de vocês filhos, de você e da sua irmã.... Por isso você tem esse nome, era o nome do seu pai.

- mas o meu pai e ele - Thomas apontou.

- sim! Gio é o pai de vocês, como somos pais do kalil, mesmo que ele não tenha nascido de mim - eles já conhecia a história do irmão.

- por que mamãe? - Lauren perguntou.

- lembra que o vovô Cris fala do filho dele que morreu?

- sim - eles falaram juntos.

- o filho do vovô Cris, e o Thomas o pai de vocês, ele.... - ela tomou fôlego quando as lágrimas desceram por seu rosto - ele morreu no dia do nosso casamento... Então...

- você não vai ser mais nosso pai? - minha filha perguntou.

- claro que vou, por que depois que o seu pai morreu e sua mãe voltou pra casa eu amei vocês desde o segundo que ela contou sobre a gravidez, sua mãe está contando isso, por que ela quer que vocês saibam que Thomas também amava muito vocês, ele sonhou com vocês e ficou TÃO FELIZ quando soube, Tom queria muito estar aqui, mas aconteceu o acidente... E até quando estava quase morrendo, ele só se preocupou com vocês dois e a mãe de vocês.

Lauren tinha os olhos marejados, ela levantou e foi abraçar Ellen que não parava de chorar, Thomas me olhava confuso.

- por que ele morreu pai? - Tom perguntou.

- foi... Um acidente, ele não queria ter morrido.

- eu gosto que você seja meu pai - ele falou em uma voz embargada.

- eu também gosto de ser seu pai, amo você, sua irmã, kalil, Eros e Enid do mesmo tanto, sentei ao lado dele e o abracei.

- não chora mamãe! Tá tudo bem, o Kalil tem dois pais também - Lauren a consolou.

- minha menina, a mamãe ta chorando por que Thomas, o pai de vocês me deu um presente lindo antes de morrer...

- nos deu! - corrigi.

- nos deu - Ellen concordou.

Independente de todas as desavenças que tive com Tom, eu sentia uma gratidão imensa por ele, por ter dado a Ellen o amor que não pude dar naquela época e ter feito ela feliz e realizada, lhe dado filhos, e uma vida feliz, mesmo que tenha acabado.


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Ainda fomos ao cemitério porque Lauren queria levar flores para Thomas, eu sabia que ainda teria muitas perguntas pela frente, mas foi bom, com o tempo eles entenderiam toda a história, Eli comprou dois buquês de tulípas amarelas, um dia ela me contou a história que envolvia aquelas flores, achei muito interessante, andei mais atrás e os três seguiram, quando paramos perto da lápide, Lauren pegou minha mão e me puxou para perto.

- você também papai - ela pegou uma das flores do buquê e me entregou.

- obrigado!

Thomas imitou a irmã e deu uma flor para a mãe, deixamos eles colocarem os buquês depois colocamos juntos nossas flores, Lauren conversou algo muito baixo, não consegui entender, mas acho que era com Tom; voltamos para o apartamento onde Enid estava com a babá, Ellen já havia terminado o que precisava fazer na empresa e no final do dia estávamos desembarcando em Gale, Kalil e Eros estavam a nossa espera junto com Eliot e Aimee.

- mãe - Eros correu e se agarrou as pernas da mãe, ela se abaixou - senti falta da Enid.

- de mim não? - Ellen fez cara de triste.

- também mamãe - ele abraçou o pescoço dela sem machucar a irmã - da próxima deixa eu ir junto.

- prometo, mandamos mobiliar o apartamento novamente, para ter cama para todos - Ellen sorriu.

- oba.

- oi mãe - Kalil que já estava mais alto que a mãe beijou seu cabelo.

- oi filho! Como foi por aqui?

- Eros quebrou seu vaso, só falo isso - ele riu - e eu não tenho nada haver.

- claro que não, brincar de pega pega na sala não tem nada haver com isso - Aimee falou pegando Enid - né princesa, seus irmãos são uns bagunceiros.

Ellen fez cara feia para os dois, que se escolheram lado a lado.

- madrinha? - Thomas chamou a atenção dela.

- oi amor! - ela se abaixou.

- você sabia que eu tenho o nome do meu pai? Não o meu pai - ele apontou em minha direção - mas meu OUTRO pai que era namorado da minha mãe antes.... Ela falou que eles se beijavam, eca - o menino fez careta.

- eu sabia sim! Tom era meu melhor amigo, sabe como seu pai Tom me chamava?

- como? - ele se interessou.

- Jerry, como no desenho - Aimee contou.

- legal, posso chamar também? - Thomas pediu.

- claro que sim! - ela sorriu.

- eu também tia - Lauren foi para o lado do irmão.

- e eu - Eros se meteu.

- isso vai ser engraçado - cuxixei para minha esposa.


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Oi humanos! Mais um capítulo para vocês!!!







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