1️⃣1️⃣6️⃣ Almas gêmeas!

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Pov'Giacomo.

Eu lembro exatamente da primeira vez que vi Ellen, não me refiro ao que senti, mas sim sobre o olhar dela de alegria, a doçura, o meio sorriso, não precisei de muito para saber que estava apaixonado, após anos desde aquela manhã na biblioteca eu ainda tenho a mesma reação ao lhe ver sorrir, ainda sinto a mesma sensação de novo.

Meu sorriso preferido!

Eli mostrava ele enquanto passeavamos na praia de Santorini usando um conjunto branco de saia longa rodada e uma blusa de alças finas que ela amarrou na frente deixando um pedaço de barriga para fora, seu cabelo estava solto e em seu nariz estava pendurado um óculos escuro.

- por que me olha assim?

- porque sou perdidamente apaixonado por você - não me dei ao trabalho de negar que a olhava.

- estou com fome.

Ellen parou de andar e olhou em volta, estávamos a uma distância da nossa barraca de palha, só fazia umas duas horas que havíamos tomado café.

- podemos voltar e pedir comida - sugeri.

- eu quero, parece que nem tomei café - Eli riu sem jeito.

Olhei as pessoas a nossa volta, não havia ninguém tão próximo, passei meu dedos no rosto dela e a beijei, Primeiro suave, depois mais profundo, nos permitindo sentir o sabor dos nossos lábios, quando afastei um pouco meu rosto para olhar nos olhos dela notei eles brilhando.

- tô com fome de outra coisa agora.

- não estou reclamando!!!! Mas você parece mais insaciável que o normal - brinquei.

- bom que eu nunca neguei isso - sua resposta faceira me fez rir.

- podemos voltar para ao quarto e pedir comida lá - sugeri.

- aprovado....


📜📨


Nosso terceiro dia da Grécia Ellen me fez sair do quarto as seis da manhã até a cozinha do hotel e conseguir torta de pêssego, a moça que arrumava tudo me olhou preocupada.

- minha esposa está grávida, três meses, acordou com desejo - expliquei.

- vou ver se já está pronta - ela riu.

- obrigado.

Aguardei uns minutos e a mesma mulher voltou com uma fatia generosa de torta.

- estamos na suite 501.

- certo.

Voltei para o quarto e encontrei Ellen deitada no chão de braços e pernas abertas, me abaixei a seu lado e ela me olhou aflita.

- sua torta... Por que está deitada assim?

- branco - ela indicou o teto.

- você não era tão sentimental na gravidez dos gêmeos sentei no chão perto dela.

- isso não é verdade, apesar de estar comigo sempre, não esteve o tempo todo... - Ellen sentou - mas eu meditei muito, isso me ajudou.

- e não fez isso nessa?

- sim! Acho que estar fora de casa me agitou - Eli pegou a torta e começou a comer - nossa que delícia... Aiiiii - parecia que ela teria um orgasmo por sua expressão.

- voltamos em alguns dias - murmurei.

- essa torta é de hoje? - a expressão de alegria de Eli mudou.

- sim! Porque? - perguntei e já sabia a resposta.

Ellen levantou rápido e foi para o banheiro, eu adorava essa parte da gravidez, para não dizer o contrário, segurei o cabelo dela até que parasse de vomitar, o primeiro desejo de grávida na Grécia, eu quase ri disso.

- melhor?

- sim! Isso é culpa do seu filho - Ellen reclamou, levantei e a ajudei a levantar também.

- desculpa por isso amor - beijei sua testa.


📜📨

Aquele seria nosso último dia ali, andamos em cada viela possível, vimos o por do sol todos os dias, tirei fotos de Ellen e nossa e dos lugares que visitámos, a vi dormir e tirei fotos suas assim, todas as vezes que lhe vi acordar ao meu lado me sentia automaticamente grato.

Deixei um passeio especial para o último dia propositalmente, aluguei um iate de pequeno porte, com uma suíte pequena e preparei tudo para passarmos nossa última noite nele.

- qual sua ideia?

- você, eu, o mar e as estrelas... Apenas.

- não poderia ser melhor nossa última noite na Grécia.

- que bom que gostou da ideia - me ajeitei  e dei partida... Vamos ver o por do sol.


📜📨

Pov'Ellen.

Giacomo parou o iate a uma distância do porto, ainda era possível ver de onde viemos, mas não as pessoas que estavam lá, já estava sentada na porta em um sofá comprido, não demorou para ter meu marido junto a mim.

- tem uma história - Gio murmurou pegando minha mão - uma alegoria sobre almas gêmeas.

- como é? - pedi.

- a história conta que no início dos tempos os homens eram seres completos, de duas cabeças, quatro pernas, quatro braços, o que permitia a eles um movimento circular muito rápido para se deslocarem.

Sempre gostei desse lado de Gio, cheio de conhecimento sobre várias histórias antigas, me ajeitei em seu peito para ouvir, de tantas coisas que temos em comum essa era uma das que mais gostava.

- Porém, considerando-se seres tão bem desenvolvidos, os homens resolveram subir aos céus e lutar contra os deuses, destronando-os e ocupando seus lugares. Todavia, os deuses venceram a batalha e Zeus resolveu castigar os homens por sua rebeldia... Tomou na mão uma espada e cindiu todos os homens, dividindo-os ao meio. Zeus ainda pediu ao deus Apolo que cicatrizasse o ferimento... o umbigo, e virasse a face dos homens para o lado da fenda para que observassem o poder de Zeus...

- nossa! - soltei.

- Dessa forma, os homens caíram na terra novamente e, desesperados, cada um saiu à procura da sua outra metade, sem a qual não viveriam. Tendo assumido a forma que nós temos hoje, os homens procuram sua outra metade, pois a saudade nada mais é do que o sentimento de que algo nos falta, algo que era nosso antes...

- que.... Interessante! - murmurei - se essa história é real, sem dúvidas você é minha alma gêmea - me ajoelhei e fui sentar em cima dele.

- sem dúvidas - Giacomo concordou.

- tô com saudades dos nossos filhos - murmurei deitando minha cabeça em seu ombro - mas esses dias aqui, só nos dois... Depois de tudo o que passamos... Precisávamos disso.

- precisávamos!!! - ele concordou.

Não me movi por um longo tempo, só virei a cabeça para o outro lado e ficamos olhando o sol se por, parecia que ali era ainda mais bonito, depois do espetacular Gio me fez deitar sobre o sofá e me beijou, por cada parte do meu corpo.



📜📨

84 anos depois!!!

Finalmente saiu capítulo.

Como falei na outra fic, tá bem meia boca, e nem é falsa modestos!!!



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