3️⃣6️⃣ pávido

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Pov'Ellen.


- vamos para o terraço - Giacomo pegou minha mão.

Meu coração estava acelerado, acho que era um prelúdio! De algum modo eu já sabia que o que queria.

- o que foi? - perguntei - falta pouco para meia noite!

- eu sei! - ele pegou minha mão e beijou - eu te amo muito.

- eu também te amo Gio! - estreitei o olhar - pode falar, o que aconteceu?

- quero terminar - eu ouvi as palavras de Giacomo, mas não parecia fazer sentido.

- O QUE? - questionei em choque.

- nos dois, acabou.

- tá louco? - eu ri, por que só poderia ser brincadeira, não era possível que ele estava terminando comigo e logo hoje.

- não Eli, estou falando sério.

- tá, mas por que? Como? Estamos bem - sentia meus olhos arderem, queria chorar.

- Eli, eu te vejo... Você tá comigo, mas está sempre pensando em viajar conhecer pessoas... Eu não sou bobo.

- não! E um idiota... Como pode falar isso? Eu estou aqui! - falei exasperada.

- está aqui, mas nunca 100%... Está sempre com seus sonhos...

- e por que é errado ter sonhos? - questionei.

- por que está deixando de viver por estar comigo e eu não quero isso.

- você não sabe, não pode afirmar isso - céus, eu iria chorar, me sentia naquelas experiência extra corpórea onde você não tem certeza se é real ou não, eu sei que em partes Gio tinha razão, mas ele acusar daquele modo?

- eu posso! Ellen desde o Tom você mudou.

- de novo ele? - minha voz subiu um pouco.

- de novo, por que eu sei que você sentiu!

- senti o que? Fale com todas as letras para de ser um pávido... - queria derramar um manancial de palavras difíceis para expressar a raiva que eu sentia, porém eu mal conseguia articular um palavra.

- covarde? - a risada dele era irônica - estou sendo tudo menos covarde, eu não te quero pela metade.... Não quero que você fique comigo só por mim... Eu te amo, amo!!! Não só gosto ou desejo, se fosse só isso te prenderia a mim por egoísmo... Mas eu amo você, e quero que seja livre para viver o que desejar.

- não é por você, é por mim.... Quantas vezes eu disse que te amo? Você não está me dando escolha... Não está perguntando o que eu quero, eu te quero.

- mas não é isso que você esc... - ele se calou.

- eu o que? Você leu meu caderno? - me sentia invadida - é isso, você leu.

- sim! - ele baixou o olhar.

- você não tinha esse direito - agora eu gritei.

- e você acha certo sentir algo e não me falar? - ele também estava com raiva.

- e desde quando preciso te falar tudo?

- acho que éramos melhores amigos!

- éramos? - eu queria sair dali.

- acho que sim, por que eu já não sei mais nada de você, você tem sonhos, desejos... Coisa que eu não sabia mais.

- Giacomo... O que eu escrevo são sonhos, desejos, você acabou de falar, mas nem eles são capazes de me fazer te deixar, por que o que eu sinto é maior.

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