Pov'Ellen.
Eu sei que nossa vida não é resumida a quem a gente ama, ao homem que escolhemos ter, ou mulher, a vida vai muito além de quem dorme ao seu lado, eu sempre entendi isso, sempre valorizei minha liberdade, e desejei ela, antes eu achava que precisava de muitas coisas para obter a felicidade, hoje vejo que algumas dela são relevantes e outra nem tanto.
Os anos de internato me fizeram desejar ser livre, eu consegui isso, corri atrás dos meus sonhos e os conquistei, mesmo agora com a vida que tenho me sinto livre; já havia se passado quase três meses do acidente, e nesse tempo consegui analisar muitas coisas, uma delas era minha ligação com Gio, o nosso relacionamento.Precisei ficar uma semana fora em New York, os gêmeos foram comigo, kalil e Gio ficaram com Luka em casa, quando cheguei não havia ninguém, eles deveriam estar na fisioterapia ainda, e Kalil na escola, subi com os gêmeos e a babá para o quarto deles, ela me ajudou com o banho e depois deu a comida.
Sai do quarto deles e desci e fui para o meu, me enfiei na banheira tentando relaxar, minha mente voltou furtivamente para minha vida com Gio, eu sentia que o peso do acidente estava entre nós em alguns momentos, havia dias que Giacomo estava feliz, mas outros ele se trancava no quarto e não queria ver as crianças, mal conversava comigo, tentava não me incomodar tanto, a psicóloga dele que pediu pra conversar comigo falou que teriam dias assim, não é fácil estar na situação dele.
Quando desci para a sala vi Luka saindo do quarto de Gio.
- oi!!!!
- shiii!!!! - pedi, chamei ele com a mão.
- credo, pra que todo esse silêncio?
- só quero assustar ele, como foi lá? - perguntei baixo.
- melhor, ele está sentido os estímulos de dor, a fisioterapeuta está começando com eles, estamos na segunda sessão.... Isso é bom.
- e como ele tá? Com todo o resto? - perguntei menos animada.
- chato, passou a semana toda reclamando que estava com saudades de vocês... E como você tá?
- bem! Está tudo certo, só saudades também - murmurei.
- vou dá uma saída, aproveitar que tá aqui, mas volto depois...
- tudo bem, eu cuido de tudo aqui.
Quando Luka saiu caminhei para o quarto e abri a porta devagar.
- oi amor! - falei mansinho parando na porta.
- Eli! - Gio abriu um grande sorriso.
Fechei a porta e fui até a cama onde ele estava sentado e sem nenhuma cerimônia sentei em cima dele de pernas abertas, abracei ele e uni nossos lábios, parecia que não fazia isso a décadas, Gio me apertou em seus braços e aprofundou o beijo, sua língua passeava em minha boca, senti ele suavizar o beijo e mordiscar meu lábio.
- tudo isso é saudade? - ele perguntou.
- sim! Odeio viajar sem você - murmurei.
- talvez na próxima - ele falou não muito esperançoso.
- sim! Como você está? - perguntei.
- bem, dolorido... Não é tão legal assim ficar recebendo choques - ele bufou - mas faz parte.
- logo vai acabar - murmurei.
- e se não for suficiente? - ele abriu os olhos e me encarou - se mesmo com todo o esforço eu não voltar a andar, for só isso? Só alguns espasmos? Nunca voltar a andar - sua voz era sofrida.
- vamos aprender a lidar com isso, nos adaptar a nossa realidade - respondi.
- eu não quero isso pra você, estar presa a alguém incompleto.
- vai me deixar de novo? - sai do colo dele - é isso? Vai me deixar?
- não! Mesmo eu achando que não merece uma vida assim, não vou te deixar... - ele respondeu rude - prometi nunca mais fazer isso... Mas talvez você devesse.
- me mandar te deixar é a mesma coisa que terminar tudo... Você não tem esse direito Gio - minha voz subiu um pouco estava nervosa - para de falar merda, eu não vou te deixar... Você não tem o direito de me fazer te amar de novo e vir agora dizer que não pode ficar comigo - ouvi o som que sai por minha boca, estava trêmulo.
- Ellen...
- não, eu não vou ouvir te falar merda - respondi exasperada - você tá triste, com raiva, deprimido... Então calado.
- Ellen desculpa - ele pediu.
- não pode me deixar ouviu?
- eu não vou Eli, não vou... Só tô falando bobagem sem pensar, vem aqui.
Voltei para cama e sentei novamente no colo dele, Gio me abraçou forte e beijou várias vezes meu rosto.
- eu te amo tá? Não vou te deixar - ele falou em meu ouvido.
- nem falar isso, você me magoa - pedi.
- nem falar... Juro, te amo Eli, te amo muito - seus braços se fecharam mais em volta de mim - comecei a escrever.
- o que? - olhei pra ele, Gio enxugou minhas lágrimas.
- desculpa mesmo por ter te feito chorar, tá assim me deixa mal....
- eu sei, me conta sobre o que é seu livro?
- vai ser um romance fictício - vi um sorriso leve - baseado na nossa vida... Mas contado do meu jeito.
- e como é esse "do seu jeito"? - quis saber.
- ao invés de te deixar naquela noite eu vou fazer certo no livro, na verdade só a parte de como nos conhecemos vai ser igual o restante não... - Giacomo explicou.
- vai tirar a melhor parte.
- qual?
- eu te dando uma bofetada - brinquei.
- posso arrumar um jeito pra isso - ele gargalhou.
- e como vai ser? Qual vai ser o nome deles? - perguntei.
- como deveria ter sido nossa vida se eu não tivesse te deixado, ou o que imagino que seria.... Vai ser só um romance, eles se chamaram Meredith e Andrew.
- eu adorei meu nome fictício, sua Meredith vai ter minha paixão por livros?
- vai, isso vai ser igual, só o rumo da história que não - Gio explicou.
- vai ser incrível tenho certeza.
- acho que sim... Aproveitei a semana e escrevi bastante... Mandei pro meu amigo e ele gostou.
- isso é bom, você tem no que focar por enquanto.
- vai servir - Gio passou a mão por minha coxa - sinto falta de te beijar em cada parte do seu corpo.
- também sinto - sussurrei de volta.
As mãos dele subiram por dentro do vestido até minha cintura e desceu até minha bunda.
- adoro a macies da sua pele - seus lábios estavam perto da minha orelha, sua voz fez meu corpo arrepiar.
- Gio - estava rendida a ele.
- Eli! - senti ele mordiscando deixando beijos por minha pele, descendo por meu pescoço até a alça do vestido, e a deslizou por meu ombro - tranca a porta ele pediu.
Não respondi, só levantei e fui até a porta a tranquei com a chave e caminhei de volta pra cama tirando meu vestido.
📜📨
Chegueiiiiiiiiiiiiii...
Sentiram saudades????
Acho que esse romance vai ser dos bons né???
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Entre livros e sonhos
FanfictionGiacomo perdeu os pais muito cedo, sua única família foi seu padrinho Eric que o criou desde seus dez anos, lhe ensinou muito da vida, a ser um bom homem e amar os livros como seus pais. O que ele não imaginava era se apaixonar por sua melhor amiga...