4️⃣0️⃣ uma grande merda

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Pov'Tom

- você vai mesmo me levar pra casa? - Ellen  perguntou nervosa.

- sim! - concordei rindo.

- vou confiar - ela pegou o primeiro shot de tequila e bebeu - isso arde - ela reclamou.

- só o primeiro - comecei a rir da cara dela.

A menina não tinha nem tamanho de gente, chutando pra mais, Ellen deveria ter 1,75cm no máximo, comparado aos meus 1,91cm, era baixinha, atrevida e animada, não parava de falar sobre coisas aleatórias, e 8 anos mais nova, mas a primeira garota que me causou algo bom desde Lauren, ela ainda não precisava saber que eu não "terminei" um relacionamento, o caso foi mais dramático, afinal a morte é um tipo de término forçado ou não?

Tô com um tanto de raiva do tal namorado de Ellen, como alguém que tem o amor abre mão dele? Não que eu esteja reclamando, até por que agora eu tenho a chance de conquistar a garota sonhadora.

- vai com calma - segurei o sétimo shot.

- ainda tô sóbria - ela falou alto.

- claro que tá - mas não nessa vida - hora de provar outra coisa - peguei o short e bebi.

- o que?

- gin - respondi, era errado deixar ela muito bêbada? Provavelmente sim! Mas ia garantir que ela chegasse inteira em casa, e mesmo querendo beijar ela manteria minhas garras longe dela, POR HORA!

- EBAAAA - ela comemorou - mas antes - Ellen enfiou a mão no bolso da jaqueta - celular, chaves e minha carteira com documentos... Você é meu pai hoje.

- nunca - falei sério.

- tá isso foi errado! Até por que você é mó gostoso - Ellen caiu na gargalhada - meu amigo gato que vai cuidar de mim...

- pelo menos não vou precisar de muito pra te deixar muito bêbada - comentei.

Guardei o celular dela e a carteira no bolso da minha calça, depois pedi as doses de gin, pedi vodka também.

Estava me sentindo muito canalha, deixando a garota que mal tinha 18 anos bêbada, mas eu não pretendia me aproveitar desse momento, só deixar ela aproveitar.

Ellen provou um pouco de cada e o que veio depois foi hilário, ela começou a dançar, aquilo não deveria ser chamado de dança, mas ela achava que sim, nunca vi alguém com tanta energia, dei uma segurada no álcool e a deixei suar um pouco, ou ia cair... Mas ela não parava de pular, se remexer, peguei sua jaqueta quando ela tirou e jogou para cima.

- eu acho que tô muito bêbada - a voz dela já estava enrolada.

- pronta pra ir?

- ainda não! - a menina parou de dançar e virou uma dose de vodka de uma única vez.

- hora de pegar leve - falei.

- você prometeu - Ellen fez cara de sofrimento, parecia que ia realmente chorar.

- não quero que tenha um coma alcoólico - expliquei - é sua primeira vez.

- e essa nem foi com o garoto dos livros.

- não! - acho que que tá não hora de levar Ellen pra casa, antes que aquela noite virasse um drama - vamos pra casa - sugeri.

- mandão - Ellen mostrou a língua, mas pegou a mão que oferecia - eu perdi meu celular.

- tá comigo, lembra que me entregou? - murmurei rindo.

- não.

- mas fez! Vamos pra casa - abracei a cintura dela e a guiei até o carro.

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