Capítulo 38

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Camila

Era irritante ficar encolhida no chão do carro, com um tapete insuportavelmente peludo jogado sobre mim. Dinah estava cantando uma música qualquer, do CD de uma cantora antes da guerra que ela havia encontrado e colocado para tocar a viagem toda. Já era a sétima vez que ouvia aquela música tocando, aquilo estava me tirando do sério. Me remexi para ver se Dinah se lembrava que não estava sozinha. Minha ideia deu certo, o tapete foi puxado. 

- Pode sair, não sei porque você saiu quando te falei a duas horas. - Dinah reclamou impaciente. 

- Você não me falou nada. 

Passei para o banco da frente do carro, abri um pouco da janela deixando com que uma brisa fria entrasse no veículo. Já estavámos a horas de distância de onde tudo era mais agitado, passavámos por uma pequena vila, com casinhas antigas e crianças brincando na rua. 

- Parece que essa região aqui não foi muito afetada. - falei observando a vila. 

- Isso não é mais problema seu, esqueceu? 

Já estavámos a oito horas na estrada, por termos saído de madrugada, por volta da cinco da manhã faríamos boa parte do caminho do primeiro dia pela manhã, o objetivo era chegar a Canadá em dez dias, contando com os imprevistos que poderiam aparecer, claro. 

- Mesmo que não seja problema meu, é bom observar. 

Dinah deu de ombros, reparei que sua paciência estava na última gota. Me estiquei para pegar a bolsa que tinha algumas comidas, Dinah olhou para o lado e simplesmente abriu a boca pedindo para que eu lhe desse algo para comer. 

- Fiquei esperando você dar um sinal de vida, não tinha como parar de dirigir para comer. 

Ri com o jeito que Dinah falava, estavámos comendo um pacote de salgadinho. Abri o porta luvas, encontrei o caderno que Ally havia me avisado que deixaria por lá. Para escrever para Lauren. 

- Quando pararmos em algum hotel de estrada você escreve. Vai sair um garrancho sua letra se escrever agora. 

- Se você ia continuar com esse mau humor, não deveria ter vindo. - revirei os olhos. 

Quase bati a cabeça na frente do carro com a força assim que Dinah parou o carro. No mesmo segundo que isso aconteceu, me arrependi de ter falado algo. 

- Vou deixar algumas coisas bem claras. - Dinah se virou em minha direção. - Prometi a Lauren que você chegaria viva, mas sabe, se continuar com essa palhaçada, falando coisas idiotas, prometo que você vai chegar pra ela em uma caixa de sapato. E sabe quem irá te matar? Eu. 

- Certo, não queria ofender o seu ego. Toda poderosa Dinah. 

Dinah de ombros, ligou o carro e voltou a se concentrar em prestar atenção na estrada enquanto cantava praticamente aos berros. Acabei dormindo boa parte do caminho, ignorando aquela barulheira irritante causada por Dinah. 

Quando acordei, já era noite. O relógio que tinha no carro, avisava ser dez horas da noite. Dezoito horas viajando, Dinah ainda não havia descansado em nenhum momento, ou era o que eu pensava. O carro estava parado na beira da estrada, e ela estava do lado de fora do veículo com as mãos na cintura. 

- O que foi? - perguntei ao sair do veículo. 

- A bosta do pneu furou. - Dinah falou chutando o pneu murcho. - E eu não sei trocar. 

- Acho que o melhor a se fazer agora, é dormirmos. Quando acordarmos vamos até o vilarejo mais próximo pedir ajuda. 

Dinah gargalhou ironicamente, se apoiando no carro. 

- A última vez que parei, foi em um posto para por gasolina nesse carro. E esse posto está a horas daqui. 

- Vamos esperar então, uma hora alguém vai passar por aqui. 

Me sentei no capô do carro, observando o mal humor de Dinah tomar conta dela. A observei se agachar no chão, puxar os próprios cabelos depois se levantar e chutar uma pedrinha que tinha no chão. 

- Merda! Lauren iria odiar saber que isso está acontecendo, ela iria me matar! 

- A culpa não foi sua. Ninguém fura um pneu nessa situação de propósito. 

Depois de um longo tempo em silêncio, Dinah se acalmou, parando de chutar as pedrinhas que achava no chão para descontar a raiva. 

- Vou até a vila mais próxima pedir ajuda. - ela falou finalmente. 

- Não, eu vou. Você dirigiu o dia todo, aproveita enquanto não volto para descansar. 

Dinah parecia cansada demais paradizer alguma coisa, pxuei o capuz do casaco e me envolvi nele já que o tempo podia ser considerado frio. Já estava caminhando a um bom tempo quando ouvi um som que parecia um grito vindo da direção que eu estava anteriormente. 

- Dinah. - murmurei preocupada ao ouvir outro grito. 

Corri seguindo o som daquele grito. Acabei voltando para onde o carro estava parado, agora com os faróis acesos. 

- Dinah?! - gritei não tendo resposta. - Dinah! 

Não parecia ter ninguém por lá, me aproximei da frente do carro e encontrei Dinah jogada no chão, com um ferimento na cabeça. Me ajoelhei ao seu lado, a observei respirar fundo. Naquele momento eu já tremia de nervosismo. 

- F-fuja. - ela gaguejou fraca. - Fuja, agora. 

- N-não vou te deixar aqui, Dinah! 

Em um momento, eu estava lúcida, no outro senti uma forte pancada na cabeça que escureceu toda minha visão. Senti meus sentidos me abandonarem aos poucos, até que caí sobre o corpo de Dinah.

[NOTA: GENTE ANTE PENÚLTIMO CAPÍTULO TO BEM TRISTE to acordada vendo lolla na globo pq sou das pobre que nao teve grana pra ir mesmo morando em sp to bem triste com essa vIDA e ai meus amores saudades dos comentários adoráveis de vcs, LEIAM GYPSY HEART VCS VAO GOSTAR SE NAO GOSTAREM PODEM FALAR QUE TENTO MELHORAR, bom, o final será longo, já que seria dividido em DUAS partes  amo voces nenens] 

Royal Or Rebel IIOnde histórias criam vida. Descubra agora