Capítulo 27

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Camila

Acordei sentindo alguém me sacudindo de forma desesperada. Olhei, assustada, para o lado, me deparando com uma mulher segurando um candelabro com seis velas, e um roupão apoiado no braço que segurava o objeto. Sofia, que estava dormindo comigo, acordou primeiro e olhava assustada para a mulher que tentava me acordar.

— Vossa Majestade, você precisa sair daqui, agora. — ela falou, a voz trêmula. — Vamos.

Enquanto me estendia o roupão, percebi que sua mão segurando o candelabro estava trêmula, assim como o resto de seu corpo. Segurando a mão de Sofia, saímos do quarto sendo guiadas pela serviçal.

— O que está acontecendo? — Sofia perguntou, apertando minha mão. — Camila, estou com medo.

— Não há nada para que se ter medo, Sofi.

Percebi ao proferir tais palavras que as estava falando mais para me convencer. Eu mesma não sabia o que estava acontecendo, mas a luz do palácio parecia ter acabado.

— Para onde você está nos levando? — perguntei à serviçal. — Ande! Me responda.

— E-eu não posso, Majestade.

O palácio estava em um silêncio atordoante. Reparei que minha mão suava, refletindo meu medo naquele momento, sendo guiada por uma mulher praticamente desconhecida sem saber onde ia. Minha maior vontade era correr de volta para o quarto, junta de Sofia, e escapar por alguma janela. Escalar a parede. Ir até a cidade e encontrar Lauren.

— Vossa alteza Sofia não precisa lhe acompanhar. — a serviçal falou ao parar na frente de uma sala. — Se desejar, ela pode retornar aos seus aposentos.

Abaixando o olhar, vi Sofia soltar minha mão. Aquilo já bastava para que eu entendesse, ela não queria estar ali tanto quanto eu. Balancei a cabeça, dando-lhe permissão para ir. Esperei que as duas se afastassem e bati duas vezes na porta da sala. Percebi o quão estúpido o gesto era. Aquela era minha casa, claro que eu poderia entrar.

— Camila! — Normani gritou ao me ver — Você precisa vir comigo agora. A Lauren e o Austin, eles...

— O que aconteceu? Onde está a Lauren? — a interrompi, preocupada.

— A história é longa, mas sei que os dois estão prestes a se matar.

— E você os deixou sozinhos?! - gritei, sentindo o pavor me dominar. — Merda, Normani!

Apavorada, segui Normani, que saiu da sala ao ouvir um estouro. Se algo acontecesse com Lauren, eu mataria Austin da pior forma possível. Naquele momento percebi que a decisão de Ariana de voltar para França com Frankie havia sido terrível. Nessas situações ela era a mais rápida, ou a que terminava a briga de forma mais simplificada.

— Eles não estão exatamente sozinhos. Dinah e Ally estão com eles. — Normani falou, entrando em um carro azul. — Só sei que você é a única que pode parar a briga.

— Por que a Dinah não dá… Sei lá, um tapa no rosto do Austin? Ela tem força o bastante pra deixar ele paralisado! Se quisesse, claro.

Normani riu de meu comentário, balançando a cabeça em concordância. Por um momento, comecei a me perguntar onde ela havia conseguido o carro azul, já que somente carros pretos ou pratas eram fabricados. “Camila, como você pode pensar em fabricação de carros em um momento como esse?” me repreendi.

— Chegamos.

Assim que Normani parou o carro, percebi estávamos. No Instituto Cowell, o lugar onde pessoas consideradas loucas eram tratadas de uma forma que muitos consideram cruel. Normani me ajudou a pular o muro, mas uma corrente de ar fria me atingiu, fazendo com que eu perdesse o equilíbrio. Ela me chamou de fraca.

Royal Or Rebel IIOnde histórias criam vida. Descubra agora