Fire - Carthur

Capítulo 22

NARRADORA

- O-o quê? Isso é sério? 

Diaz gagueja boquiaberta enquanto sentia seu coração continuar a bater acelerado.

- Claro que é! Carla, eu quero que você conheça as pessoas que assim como você, são muito importantes para mim. 

Arthur afirma convicto, não demorando a se perder mais uma vez no sorriso bobo que se formava nos lábios da professora. A jovem sentia milhares de borboletas despertarem em sua barriga diante da declaração do bombeiro, mas antes que continuasse a se sentir acolhida pelas palavras de Picoli, o medo volta a reluzir em seus olhos, fazendo sua alegria se esvair em questão de segundos.

- M-Mas e se eles não gostarem de mim? E se eles me acharem estranh...

Arthur interrompe.

- Ei, você é a mulher mais incrível que já conheci em minha vida, e eu tenho certeza de que minha família vai adorar te conhecer! E então, o que me diz? 

O loiro questiona mais uma vez, ao mesmo tempo que era tomado pela ansiedade. Realmente queria que a jovem conhecesse seus pais, e se vendo mais uma vez presa no olhar de Arthur, Carla decide se render.

- Tudo bem...eu vou!

- EBA!! 

Em um movimento rápido o bombeiro se levanta como num pulo, se deliciando ao conseguir arrancar uma alta gargalhada da professora diante de sua comemoração. Picoli sentia seu interior vibrar em alegria, mas antes que pudesse falar algo, uma Mara sorridente surge na varanda enquanto segurava em mãos um prato com biscoitos caseiros.

- Oh, aí estão vocês! Fiz um lanchin...

Antes que pudesse terminar de falar a mais velha é pega de surpresa no exato momento em que o bombeiro a abraça fortemente, a levantando no ar logo em seguida.

- ELA ACEITOU!

- É ISSO AÍ, GAROTO! BATE AQUI! 

Em um movimento rápido a dupla inicia um toque de mão animado, deixando a professora totalmente boquiaberta com a cena. Sabia que Arthur e Mara haviam se dado bem, mas a ligação que via entre eles aquecia seu coração na mesma medida em que a surpreendia.

- O que é isso? Vocês agora são cúmplices?

- Quase isso! 

A mais velha pisca o olho para o loiro, não demorando a receber um sorriso grato do bombeiro. Carla balança a cabeça negativamente enquanto se divertia com aquilo, mas logo arregala os olhos ao se lembrar de um detalhe importante.

- Mas e você? Não posso te deixar passar o Natal sozinha! 

A jovem murmura preocupada antes de ver sua benfeitora acariciar seu rosto com carinho.

- Oh, querida, não se preocupe comigo! Eu vou estar cercada de pessoas na ONG, você sabe que passo o feriado lá todos os anos. Ah, e fique tranquila, se perguntarem por você, eu explico que você foi conhecer a família do seu namorado.

- MARA! 

Diaz exclama em um tom de repreensão enquanto sentia suas bochechas corarem violentamente.

- Um dia esse sonho se tornará realidade, Mara...um dia! 

Picoli suspira com um tom de voz sonhador, não demorando a cair no riso com a dupla à sua frente. Carla fazia de tudo para levar aquilo na brincadeira, mas bem no fundo sentia seu coração disparar com o pensamento de um dia se tornar namorada do bombeiro. Ainda tinha muitos traumas para enfrentar, mas há cada dia que vivia ao lado de Arthur, sentia sua alma ferida começar a se curar aos poucos.