Capítulo 34

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NARRADORA

Mara se encontrava desmaiada perto da cozinha enquanto seu corpo inerte permanecia jogado no chão em meio aos diversos morangos espalhados pelo local. Carla permanecia em estado de choque, mas parecendo ser finalmente puxada para o mundo real a professora corre até a mais velha, não demorando a tentar desperta-la enquanto chorava desesperadamente.

- M-Mara! N-Não, não! Acorda! P-Por favor, a-acorda! 

Diaz estava fora de si, mas ao mesmo tempo em que queria encontrar uma forma de ajudar sua benfeitora, a jovem se sentia novamente como uma criança que não sabia o que fazer. Um misto de emoções tomava conta do loiro naquele momento, mas antes que pudesse pensar no que estava fazendo, seu desespero a leva a ligar para a única pessoa que podia lhe acalmar naquele momento.

-A-Arthur! 

Durante aquele mês Picoli havia imaginado como seria ouvir a voz da mulher que amava mais uma vez, mas naquele exato segundo só conseguia sentir seu coração bater acelerado ao receber a ligação da professora.

- Carla?! O que aconteceu? Você está bem?

- A M-Mara está caída...e-eu cheguei aqui e a e-encontr...

- Ei, respira fundo, meu amor! Onde você está?

- N-Na casa da Mara! Arthur, p-por favor me a-ajuda, eu não sei o que f-fazer!

- Eu prometo que vai dar tudo certo, não se preocupe, eu já estou chegando! 

Em um movimento rápido o bombeiro dá fim a ligação e larga tudo o que estava fazendo, não demorando a trocar de roupa ao mesmo tempo em que ligava para a emergência. O loiro havia sido pego de surpresa enquanto finalizava mais um de seus turnos no corpo de bombeiros, mas naquele exato segundo nada era mais importante do que ver Mara bem e estar ao lado da mulher que amava. Durante todo aquele tempo longe de Carla, a mais velha havia se tornado a principal responsável por lhe contar como a professora estava, e se não fosse por Mara, Picoli com certeza já estaria a beira da loucura. Sem explicar a ninguém o motivo de sua agitação, Arthur entra em seu carro e começa a dirigir pelas ruas do Rio. Para o azar do homem o tempo parecia se arrastar, e após o que pareceu ser um século dirigindo Picoli finalmente chega até o local desejado, não demorando a estacionar o carro de qualquer jeito antes de correr para dentro da casa. O coração do loiro batia acelerado com a adrenalina que percorria suas veias, mas logo seu corpo volta a paralisar no exato momento em que Arthur se vê diante da cena à sua frente. O corpo desacordado de Mara começava a ser colocado em uma maca pelos socorristas, ao mesmo tempo em que uma Carla completamente devastada permanecia encolhida ao lado da escada enquanto chorava como uma criança indefesa. A jovem parecia estar presa em um terrível pesadelo, mas assim que seus olhos se encontram com os de Arthur todo o mundo ao redor parece congelar. Poderiam permanecer em silêncio pelo resto da vida, mas o misto de emoções presente naquele simples olhar dizia muito mais do que suas bocas poderiam expressar. Ali havia dor, medo, saudade, e acima de tudo, amor. Seus corpos se atraiam como imãs, e esquecendo por um segundo o motivo que havia os colocado naquela situação Carla sente seu corpo voltar a reagir antes de correr e se lançar nos braços do amado. Picoli havia perdido as contas de quantas vezes havia sonhado em ter a professora presa em seu abraço novamente, mas naquele momento era impossível encontrar palavras para expressar o turbilhão de sensações que tomavam conta de si. Havia sentido falta de absolutamente tudo o que estava ligado à Diaz, e como um viciado perdido em sua droga Arthur afunda seu rosto no pescoço da jovem e a abraça com toda sua força ao mesmo tempo em que tentava se convencer de que aquilo era real. E após 1 mês, 720 horas, 43.200 minutos e 2.592.000 segundos longe um do outro, Carla e Arthur se sentiam finalmente em casa.

Fire - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora