Capítulo 23

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NARRADORA

O tempo continua a se passar rapidamente, mas o coração de Carla permanecia batendo acelerado diante de sua nova descoberta. O sentimento que passava a nutrir por Arthur, acendia em sua alma a esperança de um dia conseguir amar e ser amada por alguém. Por um momento seu olhar volta a se encontrar com o do bombeiro e logo as borboletas em sua barriga continuam a voar ao perceber que o loiro já à observava. Toda a família se encontrava reunida na sala enquanto conversavam animadamente, e por mais que estivesse envergonhado por todas as suas histórias constrangedoras da infância serem expostas à mulher por quem estava apaixonado, Picoli não podia esconder sua felicidade em saber que de certa forma estava contribuindo para arrancar as melhores gargalhadas da professora. Ainda processava o que havia ouvido naquela mesa, mas bem no fundo sentia que as palavras de Carla carregavam um peso muito maior. Havia encontrado no olhar de Diaz um brilho nunca percebido antes, e esperava com todas as suas forças que no final de tudo estivesse despertando na jovem pelo menos 1% da paixão que ardia em seu coração.

- Oh querida, você precisa ver as fotos do Arthur quando era bebê, ele sempre foi muito fofo!

- Meu Deus...mãe, acho que já chega!

Picoli murmura envergonhado ao ver Beatriz caminhar até o álbum de fotos, não demorando a lançar um pedido de socorro para José.

- Pai, me ajuda!

- Filho, você conhece a sua mãe, ela não vai parar até mostrar as fotos!

Carla observava toda a cena com os olhos carregados de diversão enquanto segurava o riso.

- Não falem de mim como se eu não estivesse aqui! E para demonstrar a minha bondade irei surpreender vocês ao adiar as fotos para a próxima visita da Carlinha, mas enquanto isso não acontece não vou deixar ninguém fugir da tarefa. Vocês conhecem a regra, eu cozinho e os mocinhos arrumam a cozinha. Agora vão, uma multidão de pratos os aguarda!

- É pra já, patroa!

José murmura conformado enquanto erguia as mãos em rendição e logo caminha até a cozinha enquanto era seguido pelo sobrinho. Em um movimento rápido Arthur se aproxima de Diaz e se ajoelha em sua frente ao mesmo tempo que lhe lançava um olhar preocupado.

- Você vai ficar bem aqui?

O jovem sussurra ao se lembrar da promessa que havia feito de não sair do lado da professora, sentindo o alívio tomar conta de si ao ver Carla lhe lançar um sorriso compreensivo.

- Não se preocupe, eu adorei a sua mãe, vamos ficar bem aqui!

A loira afirma tranquila, mas antes que o bombeiro pudesse voltar a falar algo, a voz de seu primo ecoa da cozinha.

- NEM PENSE EM FUGIR, ARTHUR! ESSA LOUÇA NÃO VAI SE LAVAR SOZINHA!

- Eu ainda vou dar uma lição nesse idota!

Picoli murmura baixinho, e não controlando o seu riso Carla observava o homem sair da sala de uma vez por todas. Um sorriso bobo tomava conta de seus lábios, mas logo Diaz desperta de seus pensamentos ao ouvir a voz de Beatriz voltar a chamar sua atenção.

- E então, querida...pronta para conhecer o melhor lugar dessa casa?

- Só se for agora!

Com um largo sorriso a mais velha cruza seu braço com o da professora e à guia até o lado de fora, não demorando a ver os olhos da jovem encararem o local diante de ambas com completa admiração. Se encontravam no lindo jardim da grande propriedade, e ainda bestificada com a beleza daquele espaço, Carla permite que Beatriz continue a lhe guiar pela área repleta de flores.

Fire - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora