Capítulo 28

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SEMANAS DEPOIS

CARLA

Termino de arrumar a casa e me jogo no sofá, não demorando a sentir um sorriso divertido se formar em meus lábios no exato momento em que Chaplin sobe em meu colo. Durante anos eu havia sonhado em ter um cachorro, e ter em meus braços a realização desse desejo me faz incrivelmente feliz. Inicio uma carícia delicada na cabeça do animal que parecia me observar com atenção e logo sou pega de surpresa ao senti-lo pular em mim ao mesmo tempo que lambia meu rosto. Por um momento permito que minha mente me guie até Arthur, e sorrio bobamente ao lembrar de todas as vezes em que ele havia deixado claro o "ciúme" que sentia por causa de Chaplin. Eu sabia que tudo não passava de uma brincadeira, pois assim como havia feito com Mara, Arthur tinha a capacidade de conquistar todos ao seu redor, incluindo o meu cachorro. Não controlando o meu riso volto a aconchegar o animal em meus braços enquanto sentia as lembranças do casamento de Viviane e Ronan atingirem minha mente. As vezes me custava acreditar em tudo o que havia acontecido naquele dia, mas com certeza não me arrependo de ter entregado mais uma parte de mim para o homem que tem conquistado uma área nunca explorada antes em meu coração. Cada momento, cada pequeno toque, cada gesto, cada olhar, tudo colaborava para que esse sentimento crescesse dentro de mim, e aos poucos eu começo a me sentir livre de todas as correntes que me fizeram de prisioneira durante todo esse tempo. Havíamos nos visto no dia anterior, mas de uma forma surpreendente eu já sentia sua falta. Há meses atrás tudo o que eu queria era manter o máximo de distância possível de qualquer homem, mas hoje tudo o que quero é tê-lo ao meu lado em todos os momentos. Sem conseguir me controlar sinto uma ideia surgir em minha cabeça e rapidamente me levanto com Chaplin no colo, não demorando a pegar sua coleira. A tarde se encontrava perfeita para um passeio na praça, e sabendo que Arthur estaria folgando nesse sábado decido lhe fazer uma surpresa. Totalmente ansiosa para vê-lo ajeito os fios soltos do meu cabelo e abro a porta em um movimento rápido, não demorando a sentir meu coração acelerar ao ver quem se preparava para tocar a campainha naquele exato segundo.

- Oi! 

NARRADORA

Ainda surpresos com a presença um do outro ali, o casal fala ao mesmo tempo, não controlando o riso logo em seguida. Carla não era a única com saudade naquele dia, e após desistir de tentar se controlar, o bombeiro havia se rendido à vontade de ver a professora novamente.

- Oh, não sabia que você ia sair, posso vir uma outra hor...

Picoli declara ao perceber que de fato a jovem estava de saída, mas não demora a ser interrompido por ela.

- NÃO...q-quer dizer...não precisa ir embora, eu estava indo te chamar para um passeio. O que acha? 

- Só se for agora! 

O loiro afirma sentindo um largo sorriso tomar conta de seus lábios na medida em via o mesmo acontecer com Diaz. Havia percebido a forma como a jovem passava a demonstrar ainda mais o que sentia, e a forma como começava a expressar o desejo que tinha de estar ao seu lado, fazia Arthur vibrar com a esperança de ter seus sentimentos correspondidos pela professora. Por um momento seus olhos voltam a se encontrar e o mundo ao redor parece congelar. Quando estavam juntos o tempo parava, mas antes que pudessem continuar envolvidos pelo mar de sentimentos que transbordava de seus olhares, um pequeno latido os faz voltar à realidade.

- Acho que tem alguém com pressa aqui! Você quer passear, amigão? 

Como se estendesse o que o bombeiro falava, Chaplin responde com outro latido, não demorando a arrancar mais um riso do casal ao mesmo tempo em que começavam a caminhar em direção à praça que ficava há alguns minutos de distância da casa de Carla. Um silêncio agradável se fazia presente entre a dupla, e sentindo o vendo fresco bater em seu rosto, Diaz fecha os olhos por um instante. Totalmente perdido na beleza da jovem, Arthur sorri bobamente ao admira-la com atenção, não demorando a sentir suas mãos de chocarem por acidente. Apesar de todos os avanços que haviam feito até ali, Picoli queria que a loira soubesse que ele continuava a respeita-la da mesma forma, e que jamais faria algo que a deixasse desconfortável. Mesmo a contra gosto o bombeiro se prepara para se afastar, mas novamente é pego de surpresa ao sentir Carla segurar sua mão, o impedindo de solta-la. Voltando a abrir os olhos, Diaz volta a encarar o homem, sentindo seu coração pular no exato momento em que o jovem entrelaça seus dedos ao encontrar em seu olhar a permissão que precisava. Ainda sorrindo o casal continua a andar de mãos dadas enquanto aproveitavam a grandeza e ao mesmo tempo a simplicidade daquele momento juntos. Os minutos pareciam voar para longe, e antes que percebessem, Arthur e Carla já haviam chegado ao local desejado.

Fire - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora