Capítulo 29

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NARRADORA

Arthur encarava Felipe seriamente enquanto continuava esperando uma resposta do homem que em questão de segundos havia deixado toda sua agressividade de lado. O bombeiro havia presenciado toda a cena de longe, e antes que pudesse pegar os sorvetes que havia comprado, Picoli havia deixado tudo pra trás para correr em direção a mulher por quem estava apaixonado. O loiro não sabia explicar o que acontecia dentro de si toda vez que via um homem tentar se aproximar da professora, mas sentia que aquilo ia muito além do ciúme, mas sim com seu instinto de proteção. Queria cuidar de Carla até seu último suspiro de vida, e com certeza seria capaz de qualquer coisa para manter a jovem em segurança.

- E então? Ficou mudo foi? "Senão" o quê? Você estava ameaçando ela? 

O homem questiona mais uma vez, fazendo Felipe dar um passo para trás diante de seu olhar feroz. Arthur era dono de uma personalidade cativante, mas apesar de ser contra qualquer tipo de violência, quando era necessário Picoli poderia se tornar ameaçador para qualquer pessoa, ainda mais quando o assunto era defender Diaz.

- Nós só estávamos...conversando, cara! Não quero arranjar problema!

- Tarde demais! 

Em um movimento rápido o loiro dá um passo em direção ao homem, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, toda a raiva parece desaparecer de seu corpo no exato momento em que as mãos trêmulas da professora seguram a sua. Automaticamente o bombeiro direciona seu olhar até a jovem, não demorando a encontrar nos olhos castanhos que tanto amava, uma súplica silenciosa para que ele não fizesse nada.

- A-Arthur, ele é o pai da Maria Clara e ela está logo ali...não vale a pena! 

Ainda afetada com tudo o que havia acontecido Carla sussurra com a voz falha e aponta para o pequeno parque onde sua aluna brincava com Chaplin. Respirando fundo o bombeiro se dá por vencido, não demorando a voltar sua atenção para Lombardi.

- Eu estou avisando, não volte a chegar perto dela de novo!

O loiro ordena com um tom de voz sério, apenas suavizando sua expressão no exato momento em que Maria Clara corre em sua direção ao perceber sua presença ali.

- TIO, ARTHUR! 

Deixando de lado toda a seriedade, Picoli se abaixa e sorri amplamente ao sentir a pequena se jogar em seus braços. O homem não sabia explicar aquilo, mas de uma forma surpreendente já se sentia apegado à criança, e aquele carinho com certeza era recíproco. Maria Clara admirava Carla com toda sua sinceridade, e saber que Arthur havia salvado a vida da professora, fazia a criança o admirar com a mesma intensidade.

- Oi, bonequinha! Vejo que você já conheceu o Chaplin. 

- Ele é muito bonzinho e gostou de mim, olha! Chaplin, me dá a patinha! 

Parecendo entender o que a pequena havia dito, o cachorro late e coloca a pata sob a pequena mão estendida em sua direção.

- Que incrível, você ensinou ele direitinho! 

O bombeiro declara impressionado, fazendo Maria Clara sorrir ainda mais.

- Quando eu crescer quero ensinar que nem a professora Carla! 

Sendo tomada pela emoção diante daquela declaração Diaz se abaixa e deposita um beijo na testa da aluna.

- Oh meu amor, você pode ser o que quiser, inclusive uma professora bem melhor do que eu! 

Carla afirma de forma carinhosa, mas antes que pudesse dizer algo Maria Clara sente uma mão grande e calejada voltar a segurar seu braço.

- Já está na hora de irmos, "filhinha"! 

Fire - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora