POV GIZELLY BICALHO
- Eu... Eu não sabia Gi (Rafaella respondeu com lágrimas nos olhos)
Eu não tive reação, pedi licença do quarto e saí, fui até a lanchonete e comprei um café.
Sentei na sala de espera, minha mente estava longe, primeiro a Marcela, agora a Rafaella, como em um mês eu descubro dois filhos?
Meu peito apertou ao lembrar da fala da enfermeira "Sinto muito pela sua perda"A cena da Elena empurrando a Rafaella se fez presente em minha mente, amassei o copo descartável em minha mão, aquela santinha do pau oco vai pagar pelo que fez, a famosa cobra em pele de cordeiro.
Não culpo a Rafaella pelo aborto, mais eu também estava sentindo raiva dela, como ela não percebeu o atraso em sua menstruação? Não é possível que ela não tenho tido enjôos.Toda essa história de aborto mexeu com meu psicológico, peguei meu aparelho celular e liguei pra Marcela, eu tinha que saber se o bebê que ela esperava estava bem.
Após alguns minutos no telefone eu encerrei a ligação aliviada, ela disse que estava ótima.Observei quando um casal entrou pelo hospital, a mulher estava com uma barriga enorme, creio que pronta pra ganhar seu bebê, imaginei a Rafaella com nove meses de gestação, ah como ela ficaria linda
A enfermeira que chegou ao quarto desejando força pra Rafaella me viu e se aproximou
- Oi, A Rafaella já está fazendo o procedimento de raspagem, e coisa rápida, em menos de meia hora ela já deve ser liberada
Agradeci a moça e voltei minha atenção pro casal grávidos, daqui a uns meses vai ser eu acompanhando a Marcela na sala de parto.
Acho que viajei por um bom tempo, pois ao olhar pra cima vi a Rafaella em pé me olhando
- Pode chamar um Uber pra mim? Meu celular descarregou (Rafaella disse com a voz falha)
Ela estava tão decadente, seus olhos estavam sem brilhos, seu rosto inchado de tanto chorar, sem contar que ela estava a horas sem dormir, meu coração cortou, me levantei passando meu braço pelo seu ombro, dei um beijo em sua testa
- Acha mesmo que eu vou deixar você ficar sozinha hoje? (Eu disse dando pequenos passos pra que ela me acompanhasse) Vou te levar pra minha casa
Rafaella nada disse, então segui até meu lar.
- Rafa quer tomar um banho?
Ela apenas negou com a cabeça, se deitou no sofá se encolhendo
- Tem que tomar algum remédio? Eu busco na farmácia (Perguntei e sentei no braço do sofá)
- Eu só quero dormir, pra esquecer tudo
Foi impossível não sentir pena dela, Rafaella estava tão frágil, tão machucada, a perda do bebê também mexeu comigo, mais entendo ela sentir mais, ela quem carregava o feto.
- Vou deixar você descansar tá? (Alisei seus cabelos) Só não esquece que eu tô aqui
***
Eu estava sem lugar, depois que a Rafa dormiu eu fiquei andando de um lado pra outro dentro de casa, resolvi ligar pra Manu pra ela vir pra cá, mais a baixinha estava com celular desligado, tentei meu irmão, também desligado.
Pesquisei na internet como era feita essa raspagem após o aborto, fiquei tranquila em saber que não era nada perigoso.
A cada minuto eu estava na sala pra ver se ela tinha acordado, após duas horas fui pra cozinha, peguei alguns legumes na geladeira e fiz uma sopa cheia de nutrientes pra ela comer quando acordar.Sentei no outro sofá e fiquei observando ela dormir, meu celular tocou, um número desconhecido, ao atender tive a surpresa de saber que era o senhor Bonner

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Dinastia
RomantikGizelly Bicalho, mais conhecida como Furacão, devido a sua energia que contagia todos por onde passa, sua alegria não passa despercebido por ninguém. Uma mulher intersexual, dona de si. Hoje com seus trinta anos, tem sua própria empresa, Bicalho's f...