THE AMAZING CIRCUS | VERSÃO ALTERNATIVA | JIKOOK

O CÉU DO PALHAÇO

Capítulo 12 – O CÉU DO PALHAÇO

Essa noite não foi como eu esperava. Nem de longe.

E não sei nem dizer qual parte foi mais diferente do esperado. Conhecer pessoas novas estava na lista, Namjoon e Jin nem tanto. Beijar o Arthur também estava na minha lista, ser acompanhado para o meu trailer pelo Jungkook, não.

Ele está andando ao meu lado em silêncio, com um sorrisinho no rosto e um ar pensativo. Ele está me deixando nervoso e ansioso. Como se o silêncio dele fosse algo ruim. Por que não podemos apenas voltar a implicar um com o outro e deixar esse clima constrangedor pra lá? Pelo amor de Deus, é só o palhaço. Meu estômago não deveria estar assim.

Eu to tão trêmulo que é quase doloroso andar. Eu quero ouvir a voz dele. Não saber o que ele está pensando, está me enlouquecendo. O que ele quis dizer com "Conheço meu lugar no mundo".

– Entregue. – Só isso? Sem nenhum apelido cafona? Deus, o que aconteceu com ele?

– Jun? – Eu chamei com um tom hesitante, quando ele ameaçou ir embora. – Você pode ficar? – Eu não quero que ele vá embora, não assim. Não quando ele parece tão triste com alguma coisa. Meu coração é mole, poxa.

– Ficar? – Ele parecia confuso.

– É. Ficar. Tipo, dormir aqui, comigo. – Ele parece ainda mais confuso. – Só hoje. – Acrescentei com um medo crescente dele negar.

– Jimin... – Ele suspirou em desistência, cansado. – Já falamos sobre isso. Não estamos na mesma página e talvez nunca estejamos. – Ele disse com um sorriso triste. – Eu gosto de você, ômega, de verdade. – Minha barriga tá doendo. – To feliz em ser seu amigo. Não precisamos fazer isso.

– Não sei o que você acha que eu estou sugerindo, mas eu realmente queria dormir com você. – Ele suspirou perante minha fala trêmula.

– Eu sei. Você tá com essa coisa, não é? – Eu neguei. Isso é pior do que a coisa que eu tenho por ele, com certeza essa coisa está se agravando, mas isso não tem nada a ver com a coisa, é mais uma questão de necessidade.

– Não, Jun. Dormir. Só dormir. – Afirmei. – Eu to com frio. Fique aqui hoje. – Ele riu fraco, negando com a cabeça.

– Não acredito que você tá apelando pra isso. – Ele disse desacreditado. – Eu me odiaria se negasse te esquentar e você nunca mais me pedisse. – Foi o que ele disse antes de fazer um sinal para eu entrar.

Quando a porta do trailer se fechou e ficamos sozinhos em um lugar mais quente. Eu retirei o casaco pesado e fui atrás de algo mais confortável. Ele se sentou na minha cama e ficou observando enquanto eu procurava por uma blusa que servisse pra ele.

– Minhas roupas são pequenas pra você. – Ele concordou. – Você não precisa ficar com elas se não quiser.

– Jimin. – Ele resmungou incrédulo. – O que tá acontecendo?

– Eu não sei. – Afirmei, me aproximando o suficiente para ficar de frente pra ele. Seu rosto está na altura do meu peito e eu consigo enxergar seus olhos com maior facilidade. Pequenos olhos de botões, negros como o universo. Olhos que costumam conter uma tristeza mascarada de felicidade. – Eu só quero ficar com você hoje.

– Isso é novo. – Ele brincou, tocando de leve por cima dos meus braços, em um carinho. – Está com frio? – Eu concordei com a cabeça. – Então vem.

– Então vem... – Eu instiguei, o deixando confuso. – Vamos lá, você sabe o que eu quero ouvir.

– Então vem, delícia. – Ele respondeu, parecendo finalmente entender do que eu estava sentindo falta.