A DOR DO PALHAÇO

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Capítulo 11 – A DOR DO PALHAÇO

Não. Ele não tinha avisado.

Thomas não tinha me avisado que iríamos ao bar com os meus pais.

É. Ele deixou esse pequeno detalhe de fora.

Ele também não havia avisado que Jungkook iria e talvez você não esteja entendendo o porquê de isso ser importante, mas não é apenas pelo fato de que eu desperdicei um bom tempo pensando em uma desculpa plausível, mas também porque eu criei expectativas para essa noite e com toda certeza, eu não esperava estar sentado entre meus pais enquanto tomo um suco de maracujá, pra tentar me acalmar.

– O que é isso no seu rosto? – Jin disse lambendo o dedo e tentando passar na minha bochecha. – Como você conseguiu se sujar? – Eu ignorei, porque era isso ou ter uma síncope nervosa.

– Seus amigos estão dançando, você não quer ir lá? – Namjoon disse enquanto aponta para Dora, que não está dançando, está só se movimentando para ignorar o Henrique.

– Não. Eu não quero.

– Por que você tá de mal humor? Pensei que iria gostar de dar uma volta. – Jin disse com estranheza na voz e eu apenas bufei cruzando os braços.

Porque meu querido Pai, eu pretendia fazer outras coisas, do que comer batata em uma mesinha de bar com vocês ao meu redor, enquanto tentam limpar minha bochecha com saliva.

Nada pessoal, eu apenas estou um pouco decepcionado.

– Olha só. Tem tantas pessoas da sua idade por aqui. – Jin disse tentando me animar. – Pode ir se divertir, meu amor. Não precisa ficar aqui. – Meu pai o encarou com uma cara feia, mas Jin foi mais rápida. – Estaremos logo aqui. Não tem com o que se preocupar. – Meu pai hesitou. – Ele precisa de espaço, Namjoon. Deixa o menino.

– Eu deixo, mas não sozinho. – Disse emburrado. – Todos os outros ômegas estão acompanhados. Não é seguro pra ele ficar sozinho.

– O que eles vão fazer? – Eu questionei irritado. – Eu meto o socão na cara de qualquer um que vier de gracinha. – Sem falar que não é assédio se eu quiser. – Você está certo, Jin. Vou dar uma volta. – Talvez e eu estou dizendo talvez, eu esteja indo só para irritar o Namjoon e mostrar que eu posso fazer o que eu quiser.

Uma música animada está tocando no fundo e o bar está relativamente cheio. Alguns casais conversam animados e é nítido quem é do circo e quem não é, não apenas por eu conhecer eles, mas porque todos aqueles que claramente não sabem viver em sociedade, são do circo.

De um lado, um grupo de alfas, bebem e riem enquanto olham o movimento. O topete arrumado e a jaqueta de couro falso, me parecem tão chamativas e sensuais. Eu realmente gosto desse estilo.

Mas nem pensar. – Senti a mão no meu peito, me impedindo de continuar meu caminho. De onde essa praga apareceu? – Onde você tá achando que vai nessa felicidade toda?

– Eu só to dando uma volta, Jun. – Revirei os olhos. – Eu acabei de conseguir sair das asas dos meus pais, será que pode me dar um tempo?

– Claro que sim, meu lírio. Você pode fazer e ir aonde quiser, mas ali, em específico, seria implorar para entrar em confusão, entende? – Ele tentava me explicar como se eu fosse uma criança difícil. – Por que não vamos pra pista de dança? Eles têm uma daquelas Jukebox modernas. Deixo você escolher a música.

– Jun. Eu vim aqui pra ficar longe de você, não pra te seguir por aí. – Eu to tentando mostrar meu ponto, você é testemunha, desocupado. – Pinica, chato. Eu vou fazer amizade. – E eu me virei, animado pra poder conhecer gente nova e talvez, se isso não desse certo, eu fosse atrás do Arthur. Já que ele deve estar em algum lugar por aqui.

THE AMAZING CIRCUS | VERSÃO ALTERNATIVA | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora