A FALTA DE ORGULHO COM O PALHAÇO

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Capítulo 8 – A FALTA DE ORGULHO COM O PALHAÇO

Eu sou alguém orgulhoso.

Eu sei disso porque eu também sou muito autoconsciente de alguns dos meus defeitos. Não que meu orgulho fosse um defeito, na verdade, eu o considerava uma chave importante da minha personalidade que me impedia de cometer alguns outros erros, como correr atrás de gente que não me merece, mas em contrapartida, às vezes é algo ruim.

Por exemplo, por orgulho, eu jamais admitiria em voz alta, que eu gosto da relação que eu tenho com os três patetas. Eu nem sequer sei o motivo, mas sinto que devo manter isso em segredo do Yoongi, Taehyung e Hoseok. Talvez, porque eles são como meus irmãos mais velhos e a gente nunca admite de verdade, para eles, que gostamos deles.

Por isso, eu morreria dizendo que eles foram achados no lixo, mesmo que eu fosse o mais novo e que não fossemos irmãos de sangue. É uma implicância saudável do meu ponto de vista. Do tipo que apenas nós podemos implicar um com o outro, mas rolava todo um lance de proteção por trás.

Esse é um ponto negativo do meu orgulho.

Agora, todas as vezes que eu me recusei a fazer outra coisa, que fosse menor do que o meu sonho de seguir a carreira dos meus pais, esse é um ponto bom. Porque eu quero algo e não vou aceitar menos do que o que eu me considero capaz e merecedor.

E ninguém pode me dizer ou me forçar a aceitar menos. Porque eu sou Park Jimin Louise Fatter Miller e eu vivo em um mundo de alfas e se eu abaixar a cabeça uma vez, terei que abaixar para sempre e não irei abrir mão dos meus sonhos por nada, nem ninguém.

Esse é o lado bom de ser alguém orgulhoso.

Meio que me dá forças para continuar.

Agora, sentado nesse banquinho mequetrefe, enquanto eu espero Jungkook terminar de almoçar e fazer suas coisas de palhaço, só consigo imaginar que talvez eu esteja cedendo fácil demais. Tudo bem que é uma troca, certo?

Não estou desistindo de ser acrobata. Ser palhaço é apenas um preço a se pagar para realizar o meu sonho e sendo sincero, tô quase achando um preço barato demais, mas novamente, eu jamais admitiria isso em voz alta.

Eu havia aprendido pouco sobre palhaços, principalmente porque sempre que Jun abre aquela maldita boca pra falar sobre sua paixão por risadas, eu acabo ficando molhado e excitado demais para realmente ouvir o que ele tem a dizer. E isso é a porra de um problema.

Depois que ele disse que jamais passaria o cio com "Outra pessoa" eu me senti envergonhado por ter o meu coração disparado e achei melhor mandar ele a merda e sair dali, antes que ele sentisse o cheiro forte de feromônios. Por sorte, ele me deu aquele segundo de paz, para ter um momento sozinho, com vocês, é claro.

Mas o ponto principal aqui, meu caro desocupado, é que eu realmente terei que ser um palhaço e eu não tenho exatamente uma opinião formada sobre isso. Sempre tive um certo pânico de ter pessoas rindo de mim, por medo de ser uma piada. Não ser levado a sério ou apenas fazer papel de ridículo.

Um medo bem comum quando você ainda é um adolescente bundudinho, que mal sabe controlar os próprios pensamentos. É claro que como todos os pontos da minha vida trágica, ser um ômega dificulta ainda mais. Porque eu já não sou levado a sério normalmente. Tenho que voar para conseguir coisas que alfas conseguem andando, mas agora, eu me vejo em uma situação esquisita, onde eu devo ser a piada.

Devo fazer os outros rirem de mim e eu devo me esforçar para fazer papel de ridículo. Até agora, no nosso segundo dia de treinamento, eu havia conseguido me livrar dessa aulinha de comédia, mas agora me vejo sem saída, há não ser tentar escutar o que o meu demônio particular tem para me dizer.

THE AMAZING CIRCUS | VERSÃO ALTERNATIVA | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora