Capítulo 7

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Celeste

O macho fazia de tudo para que eu olhasse para ele.

Então eu suspirei, o encarando.

— Você estava certa, Tamlin traiu nossa amizade e fez a emboscada. -ele sussurou.

Eu arregalei os olhos.

— Sua mãe e sua irmã...

— Estão vivas. —ele sorriu por eu finalmente falar— graças a você eu consegui salvá-las. Sempre serei grato a você por isso, Celeste.

— Não tem o que agradecer, fiz o que achei certo. -murmurei.

Ele acariciou o meu ombro.

— Percebi algumas coisas diferentes no prédio, fizeram uma reforma? -ele perguntou.

— Fizeram depois do incêndio que teve. -falei.

— Que incêndio?? -ele questionou assustado.

— Algumas semanas depois que você foi embora, houve um incêndio em um dos apartamentos. —murmurei— eu estava voltando da escola, a porta do meu apartamento estava aberta, e Bibi estava no meio do fogo.

Ele me encarou, pálido.

— Eu não pensei duas vezes ao entrar nas chamas e ir ao socorro dela. —sussurrei— ela é a minha única família, a única que se importa comigo e me ama de verdade, sem ela eu faria o que? Se Bibi morresse eu morria junto.

— Vocês duas quase morreram no fogo. -ouvi ele balbuciar em choque.

Bibi pular em meu colo, encostando a cabeça em meu peito.

— Fiquei seis dias desacordada no hospital, o lugar onde as pessoas doentes e gravemente feridas são levadas para serem cuidadas por médicos, uma espécie de curandeiro. -falei.

Ele me encarou incrédulo.

— Mas já está tudo bem. -falei coçando a barriguinha de Bibi.

— Não, não está. -ele disse.

— Está sim.

— Não está, eu não estava aqui para salvar você. -ele murmurou.

— Você é um príncipe encantado atrasado. —concordei— mas nem todos precisam ser perfeitos.

Rhysand ergueu a mão, acariciando o meu rosto.

— Me perdoe.

— Não tem o que perdoar.

— Tem, eu passei um ano sem vir aqui.

— Você não sabia, e foram semanas no seu mundo, você não sabia sobre os tempos diferentes. -sussurrei.

— Mesmo assim, eu me enrolei demais para vir até você, se eu não tivesse feito isso, você estaria bem, estaria sorrindo pra mim. -ele disse.

— Não se chora pelo o passado. -foi o que eu disse.

— Eu enrolei demais. -ele disse se xingando baixo.

— Mas houve motivos?

Ele me encarou.

— Sim.

— Quer me contar?

— Eu enrolei para voltar, porque eu não sabia o que faria quando encarasse seus belos olhos de novo. —ele disse— porque eu não sei lidar com essas borboletas, que insistem em voar em minha barriga cada vez que olho para você.

Eu ergui o olhar para ele, abrindo e fechando a boca.

— Não sei como lidar com o meu coração que bate aceleradamente quando você me olha, quando você está perto de mim, quando me toca, quando ouço sua voz, tua risada, quando vejo o teu sorriso. -ele disse.

Corte De Mundos OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora