Capítulo 57

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Celeste

— Celeste, abra a porta. -choramingou Cassian.

— Quero ficar sozinha. -soluçei abraçando o travesseiro.

— Não, amor, me deixe ficar aí com você, não fique a se afundar sozinha. -ele disse batendo.

Eu chorei, meu choro era alto, Cassian arrombou a porta, vindo até mim.

Eu solucei e ele me abraçou, suas lágrimas me molhando o rosto.

— Eu não sirvo para nada, não servi ao menos para segurar nosso filho no ventre, Cassian. -soluçei.

Todos nessa casa estavam chorando, em seus quartos, Rhys, Miranda, meu pai, Raya, meus filhos, Mor, até mesmo Amren derramou lágrimas.

— Não diga isso, meu amor, não foi culpa sua. -ele disse.

— É sim, se eu não tivesse saído, ele estaria aqui ainda. -soluçei, tocando meu ventre.

Cassian beijou meu rosto, deitando abraçado comigo enquanto eu chorava em seu peito.

Ele não falava mais nada, ele também estava sentindo dor por aquilo, era o seu primeiro filho, e ele... Se foi.

Por minha culpa.

Eu me soltei de Cassian, saindo da cama, cambaleando até a sacada.

Eu levei a mão a boca, chorando baixinho.

Eu sou uma inútil.

Meu poder emanou, eu caí de joelhos, e rugi, um rugido dolorido.

Poder estelar explodiu, para todos os lados.

Cassian surgiu atrás de mim, me segurando, me abraçando por trás.

— Calma, meu amor, calma.. -a voz dele estava embargada.

Eu solucei, chorando, a magia retumbando por toda a Velaris.

— A mãe não devia me castigar tanto. —solucei— eu nunca fiz mal algum.

Ele me apertou contra si.

— Me perdoe, Cassian..

— Não foi culpa sua, Leste, não foi, está me ouvindo? -ele questionou tocando o meu rosto.

Eu fechei os olhos, deixando as lágrimas caírem.

— Foi sim, foi culpa minha. -soluçei.

Ele me abraçou fortemente, fortemente.

E eu me deixei desabar ali, por horas, até o poder decidir que era a hora de retornar para mim.

∆∆

Eu estava sentada em uma cadeira, de frente para a sacada.

Já estava há semanas assim, apenas comendo, e passando o resto dos dias aqui, sentada, olhando para o nada.

Cassian adentrou o quarto, suspirando ao me ver no mesmo lugar de sempre.

— Amor? Por que não saímos um pouco? Para se distrair. -ele disse.

Eu não respondi.

Ele veio até mim, tentando me beijar, eu desviei o rosto.

Ele suspirou, beijando então a minha cabeça.

— Vou tomar um banho. -ele anunciou.

Ele adentrou o banheiro e eu fechei lentamente os olhos. Me xingando em todas as línguas.

Você vai perder o seu marido, idiota.

Chega, eu não posso mais ficar desse jeito, estou deplorável.

Corte De Mundos OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora