Capítulo 22

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Celeste

Eu achei algo interessante para fazer na cabana.

Desenhar e pintar.

Me sentia no jardim de infância de novo.

A diferença é que eu escolhi a cozinha para faz algo interessante, Raya não se importou e disse que eu podia fazer o que quiser.

Então eu tentei desenhar a montanha e três estrelas da corte noturna.

Com um toque a mais.

Eu traçava com o pincel as formas e as cores.

Não era uma artista, porém, anos desenhando vestidos e pintando no iPad devem me servir de algo. E serviu.

Bibi fazia marcas de patinhas nos pés da mesa. E então, em folhas de papel.

Já faziam semanas que eu estava aqui, iriam completar um mês hoje.

E eu estava... Melhor, ficar sozinha me deu tempo para pensar sobre muitas coisas, minha vida é uma das muitas.

— Está ficando bom, Bibi. -falei.

Eu dei um último toque, desenhando as três estrelas e então, estava pronto.

Eu estava com um pouco de tinta sujando a palma das mãos em um pequeno borrão, e uma mancha rosa na maçã do rosto.

Eu suspirei me erguendo, está pronto.

Ouvi um bater na porta.

Raya.

Eu corri até a porta, a abrindo e então...

Não é a Raya.

— Posso entrar?

Eu encarei Rhysand de cima a baixo, o nariz vermelho pelo o frio do inverno, as asas fechadas e os cabelos pretos azulados com muitos flocos de neve.

— Voou até aqui? -ergui as sobrancelhas.

— Raya não queria me dizer onde você estava, por mais que eu tentasse chantageá-la, então, supus que um dos lugares mais seguros para você é aqui, e para algum ser indesejado não me rastrear, eu vim voando. -ele disse.

Uma nuvem gelada saindo no ato de sua fala.

Bibi saiu de trás de mim e encarou o macho.

— Hey, bolinha de pelos. -Rhys sorriu para ela.

Eu e Bibi fizemos caretas gêmeas para ele.

Eu abri mais a porta e gesticulei com a cabeça para que entrasse.

E ele o fez, sacudindo os cabelos e asas fazendo a neve cair no chão, e a magia da cabana limpou tudo rapidamente.

— Temos que conversar. -disse Rhys.

— Não, não temos. -falei.

Bibi me encarou e então entendendo a situação, ela pegou sua bolinha vermelha e saiu saltitando para um dos quartos, ao qual a porta se fechou quando ela empurrou com sua patinha.

Eu caminhei até a cozinha, pintando o detalhe da encosta da montanha.

— Você... Pintou? -Rhysand encarou a pintura com encanto.

— Não, tirei xerox e colei na parede. -falei.

Ele me encarou, piscando confuso.

Eu suspirei traçando os últimos detalhes.

Senti braços fortes me envolverem por trás, e suspirei, muito baixo.

— Me perdoe, por favor. -ele beijou a curvatura do meu pescoço.

Corte De Mundos OpostosOnde histórias criam vida. Descubra agora