Capítulo 38: Outra vez hóspede:

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Lição do dia: "E que, realmente, a vida tem valor, que você tem valor diante da vida! Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar". - (William Shakespeare).

Fase 3 – Junho/2021.





Passagem de tempo / Dois dias depois:





Dia 23 - Terça-feira:





Noah-





Terceiro dia nesse hospital...

Eu, normalmente, detesto esse tipo de ambiente. Na verdade, quem gosta? Apenas alguns profissionais mais apaixonados pela profissão e olhe lá.

Entretanto, tem um elemento me fazendo aproveitar a estadia aqui... Um loiro de olhos azuis impressionantes, que não saiu do meu lado nem por um minuto.

Ontem, insisti para que fosse dormir em casa e não adiantou. O genioso ficou se espremendo em um sofá que não parece nada confortável... me vigiando sem parar... tomando conta de tudo.

Ele pediu para a Hina, uma amiga médica, me examinar e só ficou satisfeito após ouvir da boca dela, a confirmação de que estou realmente bem.

Uma outra amiga, chamada Nour, lhe trouxe uma muda de roupas porque a anterior estava suja de sangue, molhada, suada e nem se trocar ele foi.

Também estamos sendo vigiados por uma equipe de seguranças que particularmente considero um exagero de tão grande.

Inclusive, um dos brutamontes, continua plantado na porta do quarto, desde que fui transferido da Unidade Semi Intensiva para cá.

Sinceramente, estou com medo de receber alta médica. Não sei se suporto voltar para aquela dinâmica antiga, onde agíamos como perfeitos estranhos, mesmo tendo passado boa parte da infância juntos.

Ele parece tão próximo, tão acessível, tão presente, tão meu. Por vários momentos, me deixei levar por essa sensação de pertencimento.

Mesmo nesses corredores deprimentes, se ele estiver no sofá ao lado, me sinto em casa.

O que farei quando tiver que enfrentar a realidade? Quero ficar no meu refúgio.

Ele não me fez uma pergunta sequer. Não tocou no assunto. Não forçou nada. Estou na dúvida se encontrou meu bilhete, ou se passou batido.

Ao contrário de me pressionar, tem me blindado dos questionamentos. Por enquanto, não falei com a polícia, ele se certificou de que não teriam acesso a mim.

Em cada oportunidade, me pego procurando algumas respostas em seu rosto. Ainda não encontrei nenhuma.

Será que está bem? Talvez esse sorriso nos lábios, seja apenas uma fachada para esconder seu coração partido.

Possivelmente, está deixando os assuntos dolorosos para depois, varrendo para debaixo do tapete da sala.

Sorrio com as lembranças que me invadem. O Josh sempre foi assim, daqueles que guarda a própria dor no bolso para ajudar um amigo a lidar com a dele.

Quantas vezes colocou a mim e as minhas necessidades, acima de si próprio? Perdi as contas.

Desde o adolescente que trabalhou duro para me presentear com um violão no nosso aniversário, até o homem competente que decidiu me proteger de todas as formas possíveis, ele continua sendo a única pessoa que faria qualquer coisa por mim.

Três vezes amor Onde histórias criam vida. Descubra agora