Três vezes amor

Capítulo 96: Uma vez Paul:

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Lição do dia: "Temam menos a morte e mais a vida insuficiente." - Bertolt Brecht.

Passagem de tempo / 11 dias depois:

Fase 3 - Julho/22:

Dia 365 - Terça-feira:

Josh-

Enquanto conduzo para casa, penso nas desculpas que darei. Noah odeia quando me atraso para o jantar. Decidimos que esse seria nosso momento diário em família, porém, hoje tava impossível de sair, parecia que garras invisíveis estavam me mantendo pregado na cadeira.

O celular toca e interrompe meus pensamentos. Atendo pelo sistema de voz.

(Josh) - Oi Sav, tudo bem?

(Savannah) - Oi Josh, tudo sim. Quero conversar com você, é assunto sério. Posso passar no seu escritório amanhã?

(Josh) - Claro, na parte da manhã não tenho audiência ou atendimento.

(Savannah) - Combinado, vou de manhã. E aí, Noah descobriu quem tava falando com ele e programou o GPS do carro?

Solto uma gargalhada só de lembrar da situação.

(Josh) - Ele sabe que você é a única pessoa capaz de hackear um sistema de bordo.

Ela dominou o sistema e praticamente, entrou dentro dele, de forma que jamais entenderia. Tanto que conseguiu ouvir as perguntas do motorista e tratou de responder com aquela conhecida voz.

(Savannah) - Não é pra qualquer um mesmo. Ele sabe disso porque também conseguiria.

(Josh) - Com certeza. Obrigado de novo por me ajudar com isso, foi hilário.

(Savannah) - Foi bem legal mesmo, de nada. Até amanhã. Um beijo.

Me despeço e desligo. Imediatamente, retomo a tarefa anterior.

Estou trabalhado demais. Chego primeiro que todo mundo, sou um dos últimos a sair e passo o dia atolado, com uma agenda superlotada. A verdade é que quanto mais prestígio um advogado ganha, mais demanda tem. O caso de Nova York, ampliou meu reconhecimento.

Eu adoro o que faço, além disso, sou um homem de família agora. Vou me casar em breve. Temos um filho para prover. Acabamos de reformar nossa casa. Comprei um prédio enorme... Claro que não fiz isso sozinho, seria muito arriscado.

Consegui uma espécie de patrocinador, por assim dizer. Não dá para chamar de investidor, posto, que não resultará em lucros para nenhuma das partes.

Representei um bilionário que fez coisas ruins e queria se redimir de alguma maneira, ajudando a comunidade carente. Certo dia, mencionei por cima, o projeto social dos sonhos do meu noivo... O ricaço comprou a ideia, confiou cegamente em mim e pagou por metade do edifício que escolhi, fácil assim. Parece obra do destino...

Estaciono numa garagem vazia. Checo o horário. Confirmo que não tenho nenhuma chamada perdida. Onde eles estão?

Entro numa sala silenciosa. Tudo em ordem, nada fora do lugar, cheiro de comida fresca. Disco o número que sei de cor, um barulho estranho me assusta, procuro de onde vem... da mesa de centro... ele esqueceu o celular.

Sento no sofá, preocupado com o horário avançado. Vejo um notebook, ao lado do telefone esquecido. Decido dar uma olhada, em busca de alguma pista quanto ao paradeiro dos meus garotos.