Capítulo 57: Três vezes boas-vindas:

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Lição do dia: "O tempo é rei, a vida uma lição. Um dia a gente cresce e conhece a nossa essência, ganha experiência... Aprende o que é raiz e então cria consciência." - (Chorão).

Fase 3 - Agosto/21.





Passagem de tempo / 10 dias depois:





Dia 68 - Sexta-feira:





Noah-





Pego minha mala e enquanto percorro o curto caminho até a saída, me sinto aterrorizado com a possibilidade de não encontrar ninguém a minha espera.

Meu corpo treme, minhas mãos suam, minha garganta fecha, me falta ar. Estou tomado pelo medo irracional.

Tudo se dissipa quando cruzo a porta e dou de cara com o homem mais gato desse mundo, me aguardando com uma postura impecável.

O alívio me toma por inteiro, no instante em que me adianto em sua direção e me jogo naqueles braços fortes. A maneira que me aperta, me faz sentir seguro e tranquilo.

(Noah) - Você veio, Joshy.

Sussurro aliviado. Ele nos afasta e me analisa com uma expressão surpresa.

(Josh) - Você cogitou mesmo que eu não viesse?

(Noah) - Sei lá, foi um medo bobo.

(Josh) - Ainda bem que sabe. Nono, somos melhores amigos e você pode sempre contar comigo, okay?

A forma carinhosa de me chamar, enche meu coração daquela sensação gostosa de ser amparado por alguém.

(Noah) - Okay.

Pensando racionalmente, claro que viria. Ele tem estado do meu lado desde o primeiro acontecimento que me trouxe até essa instituição psiquiátrica.

Fiquei 14 dias internado. Somente aos sábados, os pacientes recebem visitas. Ele esteve aqui nos dois que se passaram desde a minha admissão.

(Josh) - Vamos pra casa.

Anuncia sorrindo, estende a braço e tira de mim, a sacola com o sobrou do violão. Posso enxergar certo pesar na sua face, provavelmente porque foi informado quanto ao que houve com o instrumento.

(Josh) - Por que guardou isso?

(Noah) - Quero tentar consertar.

Um suspiro longo. Andamos lado a lado, a passos lentos.

(Josh) - Acho que não vai ser possível. Que tal sairmos qualquer dia pra comprar outro?

(Noah) - Eu não quero outro, esse é especial pra mim. Você não se lembra?

Duvido que tenha esquecido dessa história... nossa história.

(Josh) - Claro que eu me lembro, mas posso te dar um outro tão legal quanto esse.

Inconscientemente, faço uma careta. Não quero ser birrento, mas esse instrumento significa muito para mim e ainda é o segundo melhor presente que já ganhei.

Guardei essa lembrança durante todos esses anos, nos locais mais seguros que encontrava, como meu bem mais precioso.

(Josh) - Você tem esse coitado desde os 15 anos, tá na hora do velhinho se aposentar.

Três vezes amor Onde histórias criam vida. Descubra agora