Capítulo 86: Uma vez julgamento:

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Lição do dia: "Se quiser ligar o foda-se para as adversidades, primeiro você precisa se importar com algo mais importante que elas." - (Mark Manson).

Fase 3 - Janeiro/22:





Passagem de tempo / 3 dias depois:





Dia 186 - Sexta-feira:





Josh-





Fico de pé, abotoou o paletó preto que escolhi cuidadosamente para a ocasião. Olho em volta e sinto meu corpo ser tomado da mais pura adrenalina.

Estamos no terceiro dia de julgamento, que pode ser o último, caso minha estratégia funcione. Nos demais, foram apresentados os pareceres da defesa técnica e seguindo a ordem legal da oitava de testemunhas, primeiro são ouvidas as da acusação, que não se esforçou nesse sentido, já que conta com uma confissão do réu. 

Solicitei diversas avaliações de psiquiatras, psicólogos e de um terapeuta específico, que escreveu um estudo pioneiro sobre a incapacidade dos adolescentes vítimas de violência doméstica, de discernir atos certos e errados.

Essas foram minhas tentativas de emplacar uma possível inimputabilidade penal para o meu cliente. Se os traumas aos quais fora submetido, tiraram sua capacidade de entender que seu ato configurava um crime, ele não deve ser legalmente punido.

Em resumo, esse é o trabalho de um advogado, apresentar quantas teses forem necessárias, posto que nunca sabemos qual delas será aceita pelo júri.

Claro que todas essas manobras são planos B e C. A principal cartada, que guardei na manga, será dada agora, com uma testemunha chave.

(Josh) - A defesa chama a testemunha Olívia Ava Trevor.

Alguns segundos para a mulher ocupar seu lugar na tribuna. Faz o juramento com a mão direita sobre a Bíblia e está pronta para responder minhas perguntas.

(Josh) - Senhora Trevor, que idade o meu cliente tinha quando foi adotado?

(Olívia) - Tinha 9 anos.

(Josh) - Ele teve problemas de adaptação? Algum incidente violento? Brigas na escola?

(Olívia) - Não, ele se adaptou fácil. Eu digo desde o começo, que esse garoto nasceu pra ser meu filho. Era seu destino fazer parte da nossa família.

Abre um sorriso carinhoso para o réu.

(Josh) - Okay, então nenhum incidente anterior a esse. Na noite do crime, a vítima, seu falecido marido, agrediu o filho?

Mal fecho a boca e recebo a reação esperada.

(Krystian) - Protesto, meritíssimo. O advogado está tentando levantar dúvidas sobre o caráter da vítima, que não cabe nesse caso.

(Josh) - Excelência, estou apenas traçando a linha temporal do crime, para apontar uma divergência.

Prendo o fôlego, esperando o retorno do juiz quanto a contenda.

(Juiz) - Protesto negado. Testemunha, pode responder a pergunta.

(Olívia) - Sim, meu marido bebeu demais e bateu no nosso filho. Naquela noite, quando fomos ao hospital, descobrimos que ele estava com o braço quebrado.

(Josh) - Qual dos dois braços ele quebrou?

(Olívia) - O direito.

(Josh) - Segundo o perito forense, que levou em conta a reconstituição do crime, a trajetória da bala e marcas de sangue espalhadas pela cena, o atirador usou a mão direita para disparar.

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