Três vezes amor

Capítulo 2: Cem vezes reforço:

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Lição do dia: "Aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança" - (William Shakespeare).

Fase 1 – Ano: 2013:

Josh-

Toca a campanha da enorme casa do prefeito. Dona Janet, abre com cara de exausta. Tadinha, ela é explorada pelos patrões.

Entro, fico esperando na sala, enquanto ela vai chamar meu aluno.

Dez minutos depois e abusando da minha paciência, o garoto aparece com o ar de superioridade de sempre.

Jason Parker, filho único do prefeito e primeira dama. Alto, forte, jogador de futebol e burro igual a uma porta.

Temos a mesma idade, ainda assim, estou três séries acima porque ele repetiu dois anos seguidos.

(Josh) - Jason, você demorou, vai atrasar nossa aula.

(Jason) - E daí? Você é mais um dos meus empregados, tem que esperar o tempo que for.

Respiro fundo. Dou um sorriso amarelo. Relembro meus motivos para estar aqui.

Anda em direção a um escritório que usamos como sala de estudos.

Sentamos frente à frente.

(Josh) - Matemática hoje. Página 184.

(Jason) - Eu sou péssimo em matemática.

A afirmação é verdadeira.

Passo 30 minutos explicando como achar raiz quadrada de um número. Não estamos fazendo nenhum progresso.

(Jason) - Não adianta, essa porcaria não entra na minha cabeça.

Percebi pela resposta absurda que deu. Segundo o grande gênio, a raiz quadrada de 144 é 61.

(Jason) - Por que não responde os exercícios? Você ganha pra isso.

Respiro fundo mais uma vez.

(Josh) - Eu ganho pra te ensinar, não pra fazer por você.

(Jason) - Não tô nem aí pro que você pensa. Se quiser continuar ganhando a grana da minha mãe, que eu sei que você precisa, já que não tem família, melhor fazer o que tô mandando.

Cerro os punhos e por um momento desejo ser um pouco mais como o Noah. Se eu fosse, nessas alturas, esse babaca já estaria no chão com o olho roxo e sangue jorrando pelo nariz.

Noah... por ele que estou fazendo isso... Vale a pena.

(Josh) - Tudo bem, vou perguntar pra sua mãe se ela concorda mais com meu método de ensino ou com o seu.

Levanto e ando devagar até a porta.

(Jason) - Calma, não precisa, não quero ficar de castigo de novo.

Retorno com um meio sorriso vitorioso.

(Josh) - Ótimo, então vai ser do meu jeito. E para de me ofender, não vou ficar aguentando desaforos. Eu tenho outros alunos e posso muito bem não voltar aqui nunca mais. O dinheiro dos seus pais, vale tanto quanto o de qualquer outro.

(Jason) - Foi mal. Era só zoeira.

Que mudança drástica. Onde o valentão foi parar?