Três vezes amor

Capítulo 66: Duas vezes karaokê:

💭💭💭💭💭💭💭💭💭💭💭💭💭💭💭💭

Lição do dia: "Não devemos procurar a resposta "certa", e sim tentar eliminar nossos erros de hoje para estarmos um pouco menos errados amanhã." - (Mark Manson).

Fase 3 - Outubro/21.

Dia 96 - Sexta-feira:

Noah-

As meninas estão alteradas, Josh está alterado, e eu sou o único sóbrio.

Graças ao uso contínuo de medicação controlada, não posso me dar ao luxo de beber na minha própria festinha de despedida.

Às vezes esse transtorno enche o saco.

Mesmo sem álcool, tento me manter no clima e me divertir. No fim, não é tão difícil quanto pensava.

O bar em que estamos, funciona como karaokê. Quando ninguém está se apresentando ao vivo, uma enorme vitrola vintage fica à disposição da clientela.

Minha turma e eu, somos os mais animados do local. Não paramos de dançar, desde que nos juntamos. Um a um, nos revezamos para alimentar a vitrola com moedas e escolher as mais variadas músicas.

Encosto no balcão para me recompor, peço um refrigerante. Enquanto aguardo, meus olhos são fisgados por um gostoso que faz tudo em volta, perder o interesse.

Fico impressionado com o quanto consegue ser magnético. Daqueles capazes de calar qualquer multidão, sem nenhum esforço, somente com sua presença.

Tenho a nítida impressão de que o mundo inteiro para de girar e se torna plano, simplesmente, para ser monopolizado por ele.

No meio da pista, o loiro dança alheio ao fato de ser objeto dos meus desejos mais sórdidos e duradouros.

Vestindo uma calça jeans e camisa de flanela, não há que se falar em super produção, ainda assim, ele se sobressai... lindo... sexy... irresistível.

Por onde passa, atrai olhares, desperta interesse, causa tremedeiras, provoca excitação, faz molhar.

Pego a lata que pedi e tomo em goladas generosas. Dessa distância, cerca de dez passos, consigo ver o suor brilhando em sua testa e acho incrivelmente viril.

O fogo se alastra pelo meu corpo e fico tentado a pedir que apague da maneira que bem entender. Se bem que conhecendo meu ex, acredito que alimentaria esse fogo, ao invés de dar cabo dele. Pensar sobre isso me deixa duas vezes mais animado.

Viro o restante do líquido escuro. Atendo aos chamados exagerados da Nour. Me junto ao quinteto numa coreografia super desajeitada.

Nenhum de nós se preocupa com a possibilidade de ser atração para os demais fregueses. Só queremos aproveitar a noite ao máximo, antes de nos separarmos por tempo indeterminado.

Quando a canção para, tenho uma ideia que consiste em provocar tanto quanto estou me sentindo provocado.

Sei que está apenas se divertindo, sem segundas intenções, mas vai pagar de todo jeito, por me manter nessa coleira, louco por ele, 24 horas por dia.

Com minha coragem real, já que não tive acesso a líquida, subo ao palco determinado.

Levo um segundo para achar a música perfeita na máquina.