Pequeno furacão

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Fomos embora sem almoçar mas no caminho ele quis parar em uma lojinha para comprar Taiyakis,eu já nem lembrava mais o gosto daquilo lembro que a última vez que comi um desses eu estava com a minha mãe.Sentamos no meio fio em frente a lojinha e comemos até encher a barriga,ele parecia feliz e não parava de sorrir.


-Eu amo esse bolinhos,sempre comia com meu irmão.- Mikey se soltou após comer,acho que tudo que ele precisava era um bom lanche.


-Eu nem me lembrava mais gosto mas na infância comia muito com a minha mãe.-O recheio doce era nostálgico,e a cada mordida memórias açucaradas como ele preencheram meus pensamentos e me recordei de dias como esse em que minha mãe sorria sem parar.


-Onde esta sua mãe?- Seus olhos me encontraram e suas bochechas estavam cheias de bolinho.


-Ela morreu há muito tempo...- Pude ver ele se envergonhar pela pergunta,esperei ele terminar de comer para responder.


-Shinichiro também,ele iria gostar de você se estivesse aqui. – Seu braço direito se levantou e ele apoio a mão em minha nuca me puxando para perto,tirei o saco de bolinhos do meio e me recostei em seu pescoço mordendo mais um pedaço,a rua estava vazia e calma não tinham carros e nem pessoas,só nós dois sentados no meio fio compartilhando de um sentimento em comum.


Olhei para cima e vi seus olhos centrados na rua,a sombra do meio dia entre os prédios fazia com que o calor diminuísse um pouco,tirei meu chapeuzinho e prendi meu cabelo com palitos que carregava na bolsa,Mikey se levantou e foi atender ao telefone continuei sentada com as pernas esticadas para frente observando a rua vazia e abandonada.


-A gente vai ter que voltar agora,parece que seu tio esta bem preocupado. – Mikey se aproximou me ajudando a levantar.


-Ah,Mikey....obrigado por hoje,eu gostei muito de passar esse tempo com você. – Se eu pudesse passaria mais tempo ainda.


O garoto colocou as mãos nos bolsos da calça e deu um chutinho no chão com a ponta de seu coturno,ele se aproximou mas hesitou em continuar se virou para o lado como se fosse sair da minha frente mas ele deu um passo para trás e encaminhava seu rosto para perto lentamente me dando um beijo na bochecha.


-Sabe Kaonashi,quando eu te vi a primeira vez achei que você seria uma chata mas na verdade você é mais parecida com nós do que eu pensava. – Com nós? Eu imaginei serem os garotos da Toman.


Ele me deixou na porta e e foi estacionar a moto,atravessei o saguão entrando e abri a porta de acesso ao estacionamento,fui até o outro elevador e encontrei Mikey segurando as portas enquanto eu me aproximava,subimos para o terceiro andar e fomos para a recepção,a secretaria disse que todos estavam na suíte,Mikey se virou e foi para o elevador,quando ia me retirar a secretária se pronunciou.


-Senhorita Kaonashi,você poderia me ajudar? Tenho uma papelada sobre o financeiro que não esta batendo com algumas datas de retirada.


-Claro,eu posso ver?- Os papéis continham informações sobre retiradas de lotes da sala da notas,aquela sala estava sem acesso desde que meu pai decidiu me trazer de volta,ou seja um mês e três dias mas as retiradas marcavam de dias aleatórios durante esse tempo.- Você tem acesso as câmeras da sala das notas?

A sem rosto da TomanOnde histórias criam vida. Descubra agora