Saímos Ashura!

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No dia seguinte acordei num pulo com os primeiros raios de sol,acordei Ashura com fortes sacudidas e levantei tropeçando no tapete.

-Arruma suas coisas,eu vou pra sala do diretor assim que terminar vai pra lá,você tem assinar uns papeis! – Sai pela porta correndo ansiosa.

Passando no refeitório vi no relógio que eram 6h00 da manhã,á essa hora o senhor Rokuro já deveria estar de pé.Bati na porta de seu escritório e ouvi uma movimentação vindo de dentro,a porta se abriu devagar e o homem me olhou surpreso,virou de costas e viu a hora na parede.

-Kaonashi,não está cedo para um domingo?Entre,creio que o senhor Tsubaki só chegará a tarde - Adentrei na sala e falei apressada.

-Sei que já tínhamos nos acertado em relação a minha saída mas eu gostaria de dizer que só sairei daqui com Ashura.- Ele riu enquanto esperava o café descer da maquininha do canto de sua sala.

- Não dificulte as coisas para si mesma,não há possibilidades da senhorita Tai-yang sair daqui.- Ele pegou o café e andou em direção á sua mesa e recostou na grande cadeira com estofado de couro.

- Na verdade diretor quero facilitar as coisas,tanto para o senhor quanto para mim.Veja,eu sei que a família dela foi completamente destruída e que ela é a única Tai-yang viva,porém sem rastros em qualquer parte do mundo...-Me sentei na poltrona a sua frente e continuei,enquanto ele não tirava os olhos do computador.- Ela morreria aqui,sozinha....talvez até perdesse o controle e fizesse algo contra si,sei também que ela trabalhava na área de exportação da firma do pai e entende de finanças melhor que eu.

-Aonde quer chegar Kaonashi?- Agora eu tinha sua atenção,ele me fitava por cima dos óculos na ponta de seu nariz.

-Pelo que eu soube a firma do meu pai precisa de uma dedetização,eles estão tendo problemas com ratos e a primeira coisa que eu vou fazer quando chegar la é manter eles bem longe do meu produto e do meu dinheiro,e se eu tiver alguém de confiança para fazer isso será muito mais fácil.- Eu falei seriamente com um ar frio e aquilo me encheu de confianças,pois eu sabia que ele iria concordar com oque eu disse.

Ele ficou em silêncio me encarando por um tempo,e antes que ele pudesse falar qualquer coisa a porta se abriu em um estrondo e Ashura estava parada la,com um ar alterado e olhava em nossa direção com raiva.

- Eu vou sair e não importa o que você decida,por que a minha vida inteira foram de escolhas que nunca fiz,e eu decidi que vou embora daqui com a minha irmã.- Ela apontava para o senhor Rokuro enquanto se aproximava de nós lentamente.

Ele passou as mãos no rosto e nos olhou como se aquela situação não estivesse acontecendo,ele nem protestou ssó entregou os documentos e fez com que Ashura assinasse.

-Nunca tive tanto trabalho com alunos em todos meus 20 anos de serviço para essa instituição,obrigada por me darem essa lição de amizade no auge dos meus 55 anos.- Ele riu e nos liberou.

Ashura me olhou com os olhos brilhantes e saímos de mãos dadas como duas rainhas que acabam de comprar mais uma nação,tudo estava dando certo e eu não via a hora de ir embora com Azami e minha irmãzinha em direção a uma nova vida.

Eram 15h00 da tarde e já aguardávamos impacientes no saguão,eu caminhava de um lado para o outro e olhava a hora de 2 em 2 minutos,já tinha tomado 4 garrafas de água e ido ao banheiro umas 6 vezes,durante todo meu show de ansiedade Ashura aguardava em silêncio lendo pela milionésima vez o livro que eu havia dado a ela na noite anterior.

-Kaonashi,como é sua casa?- Ela me pegou de surpresa,eu tinha uma casa? Antigamente eu tinha uma casa grande e cor de menta com cortinas azuis,mas era só uma vaga lembrança agora.

A sem rosto da TomanOnde histórias criam vida. Descubra agora