O primeiro pecado.

98 24 4
                                    



Acordei na sala....de novo,com uma dor aguda por todo meu rosto,na região do metacarpo estavam hematomas roxos e cortes com sangue seco.Tentei me levantar mas senti uma fisgada no pescoço que me fez ver estrelas.Ta ai a prova que não posso parar de treinar,vou fazer uma loucura hoje que vão querer me matar,vão me xingar até o ano que vem mas vai valer a pena,a segurança desse lugar é ridícula,na minha suíte não tinha nem câmera e o acesso era praticamente livre para quem usasse o elevador do estacionamento.


Fiquei fitando o teto por alguns minutos e me forcei para cima novamente,retirei a coberta e me vi ainda suja de sangue mas com uma roupa diferente eu estava de calça de moletom e regata branca,tomara que a Ashura tenha me trocado eu sinceramente não estava afim de empalar a cabeça de um dos meninos.


-Ohayo.....- Nahoya tinha entrado e eu nem tinha percebido,to fraca pra essas coisas ultimamente. – Você esta bem?.- Tentei falar mas não saiu nada,senti uma dor de garganta e me lembrei da corda imediatamente fui até o espelho ao seu lado e vi a marca escura que tinha sido deixada em meu pescoço.


Nahoya se aproximou por trás e retirou o cabelo da frente prendendo em um coque frouxo,ele passou os dedos pelas marcas em minhas costas e seguiu o longo caminho de minha cicatriz até o ombro,seus olhos estavam fixos em meu corpo e leves arrepios surgiam conforme ele me acariciava.


-Você brigou ontem,né? – Movimentei a cabeça em positivo e senti suas mãos nas minhas esticando meus dedos para cima,Nahoya observou os ferimentos com cuidado.


Movimentei a cabeça em sinal de positivo,suas mãos subiram pelo meu braço me encaminhando até o sofá novamente nos sentamos e ele retirou do seu bolso ataduras brancas envolvendo minha mão direita com movimentos circulares,assim passou para a mão esquerda.Seu rosto estava risonho com os olhos em mim,ele se levantou e ligou a televisão me passando o controle.


-Vou te preparar uma coisinha,fique bem ai! – Ele foi até a cozinha e começou a ferver água em uma chaleira,alguns minutos depois ele voltou com uma xícara de cha e insistiu que eu bebesse enquanto ainda estivesse quente.


Fiz o que disse e comecei a beber,ele se ajeitou ao meu lado retirando o paletó vermelho e me envolvendo com seu braço esquerdo enquanto olhávamos para a Tv.Eu nem estava prestando atenção no programa,só estava perdida nas cores brilhantes do aparelho e quando me vi estava completamente a vontade com as pernas esticadas no colo de Nahoya,sua mão repousou sobre meu joelho e a outra iniciou um cafuné relaxante na parte de trás da minha cabeça.


Ele virou o rosto para mim e tombou no apoio do sofá me encarando com um leve sorriso.


-Gosto de me sentir assim com você.


-Como assim? – Finalmente pude falar algo,senti minha garganta livre como se aquela sensação de ter uma laranja entalada tivesse passado.


-Viu,você falou. – Ele se virou para a televisão e puxou minha cabeça para seu peito,me recostei ali e fiquei. – Meu irmão fez esse chá pra mim na primeira vez que eu fui estrangulado,a dor era como essa que você estava sentindo mas assim que eu tomei o chá quente ela sumiu.

A sem rosto da TomanOnde histórias criam vida. Descubra agora