diario de james: perda do toque

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Tão conectados, tão longe do toque.
Senti-me mal por as minhas energias serem alimentadas por April que afastai-me dela. Falamos, vemo-nos muito, mas não nos tocamos. Somos como parentes que não compartilham abraços.
April provavelmente viu que me afastei dela e não fez perguntas porque saberia que não iria conseguir respondê-las. Por vezes só perguntava-me se estava bem, dizia sempre que sim.
Apesar de estar tudo em águas mansas, senti-me pior quando me encontrei com Sofia e Noah. Agarravam-se a cada cinco segundos e eram queridos um com o outro e com alcunhas carinhosas. Não tenho nada negativo para dizer sobre, mas isso destruiu-me por dentro. Queria estar perto de April como no tempo em que nos conhecemos, queria continuar este amor forte, mas não consigo de certa forma. E ver o comportamento deles à nossa frente foi como uma comparação, onde eles são um casal perfeito e nós somos amigos.
April percebeu que eu perdera as palavras. Não costumo ter muitas, com ninguém além dela. Foi então que perguntou mais uma vez se estava bem, e eu disse que sim. Mas em casa ela insistiu na pergunta.
Quero fazer as coisas certas, quero deixar isto passar como se não tivesse acontecido. Não tenho coragem de me desabar nela, não o quero fazer, está decidido. Tenho de me aproximar novamente. Não posso perdê-la.
Pai, diz-me como sobreviveste ao amor. Não quero estragá-lo.

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