diário de james: cansado, cansada

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Deitei-me no sofá com o Ginger sobre o meu colo. Foi a melhor desculpa que arranjei para não me levantar hoje. É maldade acordar um gato do seu profundo sono.

Encarei as manchas castanhas que tinha na madeira do teto. Quanto mais as olhamos mais nos parecem estranhas, por nunca perdermos tempo a olhar para elas.

Não estou para falar nem andar. Felizmente, Flora e Anna estarão ocupadas hoje, logo, não precisei fazer nada. Já April chegará mais tarde, e estou a convencer-me de tentar pôr as coisas normais. Mas até lá, só me resta esperar neste sofá.

                               

Ouvi um bater na porta seguido de um << James, é a April >>. Disse-lhe que podia entrar.

Permaneci deitado ainda com Ginger sobre mim, dormiu o dia todo. Eu também acabei por dormir um pouco.

April sentou-se nos pés do sofá e suspirou, parecia cansada. Talvez tenha corrido até aqui.

Cumprimentou-me e disse que tinha um convite para fazer-me. Disse-me:

<< Os meus pais querem conhecer-te, e eu quero que os conheças. Mas garanto-te que não irá haver perguntas sobre assuntos que nós sabemos, e que será apenas um simples jantar. Isso posso-te garantir >> sorriu-me. Depois continuou, << E claro, vou presumir que é uma situação que vais dizer que sim... é importante para mim >>.

Eu disse-lhe que sim. Também é importante para mim.

Olhei para Ginger e fiz-lhe festas na cabeça. Não queria-a acordá-lo mas agora tinha do o fazer.

Ele esticou as suas pernas e espreguiçou-se. Saltou para o chão e foi até à cozinha.

Sentei-me. Olhei para April. Pensei no meu movimento seguinte, que seria esticar a minha mão até à sua, no entanto, ela levantou-se antes que tomasse uma ação. Disse que sentia-se cansada, que iria para casa deitar-se mais sedo.

Eu disse << As melhoras >> mas podia ter-lhe beijado a testa ou dando-lhe um abraço. Não o fiz.

Ela saiu pela porta e vi mais razões para permanecer no sofá até adormecer completamente. Ou para sempre, até que raízes em mim crescessem.

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