Traumas

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Versão da Maria

O que era para ser o dia mais feliz da minha vida, o Luciano o tornou para um dos piores dias da minha vida. Ele me sequestrou juntamente com a minha filha. Foram 7 dias com aquele homem, com ele tentando me tocar todos os dias, tocando em meus seios todas as vezes que terminava de amamentar minha Luísa, ele me olhava de uma forma que me dava asco enquanto amamentava minha filha rezando para logo o Estêvão chegar para nos buscar, nos tirar de perto desse asqueroso. Um terrível dia, ele quase ousou me obrigar a estar com ele mesmo que eu tivesse acabado de dar a luz, meu corpo inteiro doía por ficar sentada o tempo inteiro com a Luísa em meus braços, eu não confiava em largar ela em nenhum segundo que fosse. Ele se deitou sobre meu corpo, rasgando minhas roupas como se eu fosse uma qualquer, eu chorava, gritava, orava, pedia pelo amor de Deus para que ele me soltasse mas nada o fazia parar. Ele me bateu algumas vezes enquanto tocava meus seios, eu chorava copiosamente, implorando para ele não fazer novamente o que já havia feito uma vez, ainda mais na frente de minha filha, que ainda era uma bebê porém tudo foi em vão.
Foram terríveis e longos minutos do mesmo jeito até que ouvimos o barulho de sirenes de polícia, o delegado obrigando ele a sair da cabana que ele me trouxe, vários polícias jogando a cabana no chão e então após arrombar a porta, vi Estêvão entrar chorando desesperado vindo em minha direção. "Ele me salvou, ele conseguiu nos achar" foi tudo que eu pensei quando o vi em minha frente. E então finalmente o pesadelo havia acabado, com a ajuda de Estêvão saímos daquele local com nossa filha nos braços, ele nos levou para nossa casa após ter certeza que os policiais e o delegado cuidariam do Luciano para que ele fosse preso e pagasse pelo que havia feito a nós. Mas o que eu pensei que havia acabado, eu ainda precisava novamente vencer outra barreira que havia sido criada em mim psicologicamente, eu não gostava que tocasse em mim, que me olhassem amamentando minha filha ou quando Estêvão e eu tentávamos ter um momento a sós eu não conseguia ser quem eu realmente era, não conseguia aproveitar a presença dele como gostaria, não o permitia tocar em meu corpo para que me desse prazer como eu gostaria e também como ele gostaria. Ele era um namorado incrível e jamais me forçou a nada. Eu apenas confiava nele, ele era o único poderia me tocar, mas intimamente foram poucas vezes e ainda com a camisa que eu estaria usando para tampar os seios pois era a local que havia sido tocado pelo Luciano. Traumas novos foram criados até a notícia que trouxe calma a toda a minha família chegou: Luciano havia falecido. Eu chorava de alívio, poderíamos viver uma vida em paz e em segurança a partir de agora. Seguranças foram colocados em volta da nossa casa e aonde íamos sempre havia pelo menos um conosco para estarmos protegidas a todo e qualquer momento. E assim sete meses se passaram, Estêvão cuidou de mim em todos os instantes, não me abandonou ou me deixou sozinha em nenhum momento sequer. Eu era acolhida sempre, ele chegou dar uma pausa no trabalho por alguns meses para cuidar de mim, da minha ansiedade que havia voltado a atacar tão fortemente quanto antes. Vi Estêvão chegar e ficamos conversando com ele sentado conosco babando em nossa filha.
- Eu também estava, vida - entrelacei minha mão a sua e a outra segurava a minha filha - Ela é tão linda meu amor. - disse alegre.
- Ela é. - disse sorrindo a ele.
- Vamos para o quarto um instante? Quero ficar um pouco apenas com você. - disse ele me olhando.
- Claro, meu amor! - disse sorrindo - Vou levar a Lu para a Nice. - sorriu.
- Tá bom, vou te esperar no quarto.
- Tudo bem, daqui a pouco já subo!

Por Estêvão

Subi para o quarto preparando um banho de banheira para nós, peguei a bebida favorita da minha esposa no frigobar colocando no local correto perto da banheira, como ela não poderia beber, iria acompanhá-la tomando refrigerante junto a ela. Guardei a minha maleta de trabalho no closet, liguei a tv na Netflix e ela entrou no quarto, olhou a tv e me olhou interrogativa.
- O que vamos fazer amor? - perguntou
- Vamos tomar um maravilhoso banho de banheira para você relaxar e depois vamos maratonar todos seus filmes favoritos. - disse a ela indo em sua direção, a abracei pela cintura, trazendo-a mais para mim.
- Eu te amo, muito, sabia? - sorri a ouvindo - Obrigada por ser tão maravilhoso.
- Eu amo você, meu amor! Você merece tudo que eu puder lhe dar. - sorriu - Comprei um biquíni para usar na banheira comigo, coloquei na cama. - ela me olhava maravilhada.
- Você pensou em tudo. - sorriu me dando um selinho - vou vestir e já te encontro na banheira.
- Tá bom, minha vida! - sorri apaixonado.
Ela merecia viver tudo que sempre sonhou e eu daria isso a ela, faria ela viver todos os seus sonhos. Ela já havia vivido tantas coisas ruins, sofreu tanto graças aquele maldito homem, não seria justo e não é justo ela não viver o que sempre idealizou.
Essa mulher me faz ser cada dia mais apaixonado por ela, pela mãe que ela é e por quem é com todos a sua volta. Sua força, coragem e seu jeito tão amável de ser me encanta ainda mais.
A vi vindo em minha direção vestida com um lindo biquíni rosa com verde água, a parte de cima do biquíni parecia um top e me apaixonei novamente pela tamanha beleza de minha mulher.
- Você é maravilhosa - disse encantado
- Obrigada meu amor! - sorriu meio envergonhada
Fomos para o banheiro de nosso quarto, após trancar a porta do quarto, para garantia da Maria, eu conhecia todas as suas inseguranças e traumas, sabia perfeitamente o que causava dor a ela, o que a machucava, o que fazia sorrir e o que fazia chorar, onde lhe dava prazer. Me sentei na banheira e a trouxe para o meio de minhas pernas, ela deitou a cabeça nos meus ombros e ficamos um tempo ali aproveitando a presença um do outro, dando a ela o carinho e o amor que eu sabia que ela necessitava, ela acariciava meus braços os quais estavam em volta de cintura.
- Amor, me ajuda a virar de frente para você? - ela perguntou.
- Claro, amor!
A ajudei a virar para mim, ela colocou uma perna de cada lado e me beijou apaixonadamente, nossos rostos giravam conforme o beijo, nossas bocas encaixadas perfeitamente, sua mão em meu rosto e minha mão em sua cintura, eu nunca tive tanta sorte.
- Você é tudo para mim, Estêvão! - disse ao terminar o beijo - Promete que não vai me abandonar nunca?
- Prometo, meu amor! Não vou te abandonar nunca. - sorriu - Você também é tudo para mim! - a beijei novamente mordendo seus lábios.
Maria retirou a parte de cima do biquíni, e me abraçou feliz.
- Venci mais uma barreira. - sussurrou para mim.
- Sim, meu amor, estou orgulhoso de você! - sorri correspondendo seu abraço.
Ao terminar nosso banho, fomos maratonar nossos filmes favoritos, dessa vez com a Luísa conosco, no seu ninho dentro do bercinho que ficava ao lado da parte da Maria na cama, ela estava abraçava a mim e eu a ela, cuidávamos de nossa bebê enquanto tirávamos um tempo só para nós dois. Um tempo em família, Maria amamentou Luísa tranquilamente ao meu lado quando nossa filha chorou pedindo pelos "seus direitos", beijei nossa bebê enquanto ela estava focada em mamar. Eu observei toda a cena dessa vez, Maria estava tranquila, não parecia mais incomodada ao verem amamentando. Éramos uma família feliz e eu era completamente apaixonado pela família que eu tinha construído com ela.

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