Tempestade e Reconciliação

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Por Estêvão

Eu estava na sala, quando Carla chegou se aproximando de mim, sabia que isso traria problemas. A impedi que me tocasse, e pedi que se retirasse mas minha esposa chegou e ela mesma fez com que Carla saísse da sala, após lhe advertir novamente que não queria atitudes como aquelas novamente. Não disse nada, afinal Carla estava errada e minha esposa era a dona da casa, tinha toda e total liberdade de tomar as decisões.
Infelizmente essa cena, causou contratempos entre minha esposa e eu, era sempre assim, Carla sempre se coloca entre nós, já não estava disposto a lidar com tamanha obsessão que está mulher tem por mim, desde que Maria e eu namorávamos.
Sair da sala poucos minutos depois de Maria para procurá-la pela fazenda, encontrei minha filha correndo pelo jardim e decidi passar um tempo com ela já que estava sozinha.
- Oi, minha princesa, quer companhia para brincar? - disse tentando esconder a tristeza com um sorriso, não gostávamos de que ela soubesse de nossos contratempos.
- Quero, papai - disse eufórica - Vamos brincar de bola? - sugeriu
- Claro, meu amor - sorri e iniciamos a brincadeira.
Luísa nunca foi muito de se importar com isso de "brincadeiras de meninos ou meninas", ela sempre brincou de tudo e sempre permitimos isso a ela, ensinamos ela que todas as brincadeiras são tanto de meninas quanto de meninos. Começamos a correr atrás da bola, no jardim, meu coração aqueceu ouvindo a gargalhada de minha filha, tão feliz enquanto brincava comigo. Eu sou completamente apaixonado por ela e ela era muito apegada à mim, eu precisava sempre estar por perto para que ela estivesse alegre e calma. Avistei minha esposa de longe, sentada na rede com Gus, nos olhando correr pelo jardim tentando acertar a bola no local certo para realizarmos um gol, suspirei triste vendo-a também triste, precisávamos conversar e resolver essa situação, eu não suporto quando essas "tempestades" chegam em nosso relacionamento.
Luísa correu até a mãe, me levando junto com ela, percebemos que ela amamentava Gustavo enquanto levemente se balançava na rede para nosso menino dormir, sua soneca da tarde. Luísa beijou carinhosamente o irmão, nos fazendo sorrir com o carinho dela pelo irmãozinho.
- Mamãe, o gugus é só meu, eu não empresto ele não tá? - disse acariciando a bochechinha do irmão, que soltou o seio de minha esposa e a olhou sorrindo como se entendesse o que estivesse sendo dito.
- Ele é nosso, meu amor! - ela respondeu, sorrindo para Luísa. - Estava brincando com o papai? - perguntou enquanto mantinha o olhar fixo em nossa filha.
- Sim, mamãe. - disse alegre - Papai tá perdendo para mim, acredita mamãe? - disse toda feliz.
- Você é muito boa jogando futebol, minha filha, não tem como ganhar de você - eu disse, pegando-a no colo.
- Seu papai, tem razão amor. - ela disse sorrindo para Luísa.
- Papai, mamãe porque não estão conversando? - Luísa perguntou nos olhando
- Estamos sim, princesinha - disse Maria a olhando.
- Não estão não, porque vocês dois vivem se beijando e conversando juntos - nos olhou atenta - E agora mamãe tá falando só comigo e papai mal falou desde que chegamos aqui - questionou esperta.
- Estamos cansados, minha pequena, mas estamos bem! - sorri - Não se preocupe com isso! - disse beijando sua bochecha.
- Então beija ela, papai, só assim vou acreditar que estão bem. - disse séria.
Maria já havia terminado de amamentar, Gustavo dormia no carrinho perto de Nice ali na mesma área que estávamos conversando.
- Tudo bem, minha filha, eu beijo sua mãe. - disse, afinal não seria nenhum sacrifício para mim.
Observei Nice rir das falas de Luísa, apesar de ser tão novinha ela era bastante esperta e atenta aos detalhes. Era realmente difícil esconder algo dessa garotinha extremamente alegre e ciumenta. A coloquei sentada na rede e peguei nas mãos de Maria, fazendo-a levantar, a trouxe para meu corpo, prendendo-a seu corpo segurando sua cintura.
Nos olhamos, uma de minhas mãos subiu para seu rosto levando uma mecha de seu cabelo para trás de sua orelha, logo a beijei, a beijei com todo meu amor. O beijo era lento, aproveitamos o momento esquecendo que Luísa estava nos olhando, Nice fingiu tossir para chamar nossa atenção, terminei o beijo com alguns selinhos e sussurrei em seus ouvidos - Eu te amo, eu amo apenas você e isso não mudará nunca. - ela sorriu ainda triste e olhamos para nossa filha que sorria exageradamente olhando para nós.
- Quando eu crescer, quero ter um marido como papai e um casamento como de vocês - disse Luísa quando me fazendo ter um infarto apenas por imaginar minha menininha nas mãos de algum homem.
- Não fale assim, minha filha, quase matou seu pai - Maria disse rindo juntamente com Nice
- Filha, você ainda está muito nova para pensar nisso, minha pequena - disse nervoso apenas por pensar nesta possibilidade - Você será a princesinha do papai, para sempre - disse pegando-a no colo.
- Eu sei papai, só disse que quero ser como vocês quando crescer.
- Você vai ser, meu amor. - disse Maria emocionada a enchendo de beijos.

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