Se eu estivesse morrendo de joelhos
Você seria o único para me salvarE se você estivesse afogado no mar
Eu lhe daria meus pulmões
para que você pudesse respira
Eu tenho você irmão
Kodaline - BrotherKiyomi estava desesperada.
Já fazia dois dias que ela estava ali naquele beco na área de Shibuya, escondida e machucada. Seu braço doía como nunca e ela tinha certeza que o corte já estava ficando infeccionado, mas mesmo assim não saia dali. Nem mesmo a fome, o frio do fim do verão, ou a dor, fariam Kiyomi sair daquele beco antes de encontrar algum sinal seu irmão, Ken Ryuguji.
Quando chegou em Tóquio a 3 dias, ela caminhou perdida pela cidade enquanto ponderava se deveria pedir ajuda a ele ou simplesmente pegar um trem para a próxima cidade. Ao mesmo tempo em que queria ver Ken-chin e saber como ele estava, ela tinha medo de encará-lo após tantos anos e na situação atual.
Da última vez em que o viu, eles tinham 16 anos, ele ainda morava no quartinho dos fundos da casa de massagem, e ela não conseguia afirmar se atualmente ele a receberia de braços abertos ou ficaria uma fera por não ter aparecido nesses 5 anos. Muito menos sabe dizer se ele ainda tem os mesmos amigos, ou se ele mora no mesmo lugar. E pior ainda, ela não sabe se ele vai estar disposto a ajudá-la dessa vez.
As pessoas mudam em 5 anos, ela sabe bem disso. Eles não são mais crianças e seus problemas não são mais os mesmos de antes, dessa vez ela se meteu em uma encrenca das grandes e não julgaria Ken-chin se ele se recusasse a ajudá-la, principalmente se considerar o possível impacto no seu bem mais precioso, a Toman.
E considerando que nesses dois dias ela não viu o minimo rastro de seu irmão, do seu amigo idiota, de suas motos, ou do uniforme preto e dourado da gangue, ela deduzia que Ken-chin já não morava mais ali. E esse fato é completamente aterrorizante, já que ela decidiu ficar em Tóquio até se recuperar e gastou quase todo o pouco dinheiro que tinha. Resumidamente, ela estava desesperada.
- Péssima hora para você mudar de casa, seu idiota - resmungou baixo enquanto olhava um novo grupo de jovens passar pela entrada do beco.
Nenhum deles tinha a característica tatuagem de dragão ou estavam acompanhados por um tampinha que se achava o rei do mundo.
Como se a situação já não fosse deplorável o suficiente, ela sabia que só tinha mais três pirulitos de cereja em sua mochila. E, no momento, aquela era a sua maior preocupação.
Kiyomi não aguentaria ficar sem seus preciosos pirulitos. De jeito nenhum.
Ela considerou muitas coisas naquele dia, a principal, roubar algumas carteiras no centro para assim ter o dinheiro para comprar mais pirulitos e, quem sabe, uma passagem de trem, porém ela logo descartou a ideia. Seu corpo doía tanto que ela sabia que não seria capaz nem de roubar uma velhinha em estado vegetativo. Considerou também ir ao ponto de encontro da Toman para, talvez, encontrar seu irmão, porém ela não se lembrava exatamente onde ficava, apenas que era um templo e que ficava na região de Shibuya.
Ela estava ferrada, desesperada, e logo ficaria sem pirulitos. Aquilo só podia ser um castigo da vida para ensiná-la a não se meter em encrencas. Para a situação ser mais caótica só se a Night Dust a achasse em Tóquio, aí sim ela afirmaria que não estava mais ferrada pois tinha certeza que estaria morta.
Sua sobrevivência dependia de encontrar Ken-chin o mais rápido possível.
- Takemichi anda logo! Nós estamos atrasados - ela ouviu um rapaz loiro dizer ao passar pelo beco. Ele estava acompanhado de outro garoto também loiro e ambos usavam uma roupa escura. Uma roupa preta muito familiar para Kiyomi.
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Pirulito de Cereja
FanfictionUm fato inegavel de Kyiomi Ryuguji era o desejo de liberdade da garota. Sem amarras, sem laços e com seu fiel pirulito de cereja ela levava a vida em busca de se manter viva em meio a todos os seus próprios pesadelos. Apesar de ser briguenta, ela se...