45 - Vamos na Roda Gigante?

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Mas enquanto você não se cansa
Eu vou te amar como um idiota ama
Jão - Idiota

Kiyomi abriu os olhos e sentiu a luz do sol banhar seu rosto. Era de manhã, um horário desconhecido, mas o sol raiava do lado de fora, mesmo sendo início de inverno.

Ela se acomodou novamente na cama, agora de costas para a janela, pronta para voltar a dormir, porém ao notar que a cama estava grande demais ela abriu novamente seus olhos. Onde estava Mikey?

Sendo guiada puramente por seu instinto, Kiyomi se levantou da cama e caminhou a passos arrastados para fora do quarto. Assim que chegou na cozinha, viu o corpo de Mikey sem camisa, de costas para ela e concentrado no fogão.

— Bom dia — Kiyomi resmungou baixo, abraçando Mikey pela cintura e apoiando a cabeça em suas costas. Ela ainda estava com sono.

— Bom dia, gatinha — Mikey respondeu, fazendo carinho no braço dela.

— Vem deitar comigo — ela resmungou, sentindo Mikey se virar e passar os braços pelo corpo dela.

Ele era quentinho.

— Você sabe que horas são? — perguntou, depositando um beijo em sua testa. — Tá na hora de acordar já.

— Não, não quero. — Kiyomi resmungou, afundando o rosto no corpo de Mikey enquanto ele dava uma gargalhada. — Eu tô com sono.

— É isso que acontece quando se vai dormir de madrugada. — Mikey respondeu, passando as mãos pelo cabelo dela. — Tô fazendo café da manhã, gatinha.

Ele segurou o rosto de Kiyomi e o ergueu em sua direção, deparando-se com a cara amassada e manhosa que ela tinha ao acordar. Sorrindo, ele beijou seus lábios, voltando a ficar abraçado com ela em seguida.

Os dois ficaram parados na cozinha, abraçados e curtindo a companhia um do outro. Kiyomi sentiu suas pálpebras pesarem e acreditou que seria capaz de dormir ali mesmo, isso se não tivesse sentindo um cheiro estranho no ar.

— Ta com cheiro de queimado — Kiyomi resmungou. Mikey deu um pulo e se soltou dela, virando-se rapidamente para o fogão e observando a fumaça preta que saia da panela.

Merda! — resmungou, desligando o fogo. Mikey se virou para Kiyomi com um sorriso envergonhado nos lábios, soltando um longo suspiro. — Gatinha, coloca uma roupa e vamos tomar café na rua!

[...]

Kiyomi não foi capaz de conter o sorriso que surgiu em seus lábios assim que viu a entrada do parque de diversões.

— Mikey! — ela disse animada, precisando se segurar para não saltitar enquanto esperava ele descer da moto. — Por que você não me disse que a gente vinha pra cá depois do café?

— Eu decidi enquanto a gente tava voltando para casa — respondeu, dando de ombros. Kiyomi estava tão maravilhada com o parque de diversões que nem mesmo percebeu que Mikey mentia. Ele tinha planejado aquilo desde o momento em que soube que Ken-chin iria viajar.

Mikey passou o braço pelos ombros de Kiyomi, a guiando em direção a entrada do parque. Eles caminharam juntos pelo estacionamento, sentindo o fraco sol de outono que batia no rosto deles enquanto viam as famílias e crianças correndo por ali.

Secretamente, Kiyomi agradeceu o impulso de levar o caderno de desenhos, que agora era protegido por Mikey que o carregava no bolso de seu casaco. Aquela paisagem de famílias felizes com o parque de diversões ao fundo era inspiradora demais para que ela não desejasse desenhar, trazendo a ela a sensação de aconchego e paz que ela não sentia há muito tempo.

Pirulito de CerejaOnde histórias criam vida. Descubra agora