Contos: Uma Promessa Ao Lorde Fada

Capítulo Seis

Manoela e Carmem estavam de pé diante de um espetáculo caótico de vitrines, observando a agitação que se desenrolava entre os Mundanos, que corriam de um lado para o outro como formigas em frenesi. O tumulto era tamanho que Carmem encolheu quando uma moça usou sua bolsa como arma para afastar outra que estava prestes a pegar o enfeite que ela tanto desejava.

Eloisa, Dani, Black, Celia, Allum e Federico encontravam-se na tumultuada Rua Oxford, em plena Inglaterra, cercados por uma massa de compradores, carros, olheiros e grupos de cantores de rua. Manoela teria dado tudo para lançar um feitiço que os tornasse invisíveis para os Mundanos, embora tenha percebido que um dos grupos de cantores fosse composto por lobisomens, que trocaram olhares de reconhecimento com o grupo e, ainda mais, com o antigo rei das fadas. No entanto, seus irmãos e o pai, que agora estava desfrutando da vida como um simples feérico, estavam determinados a ter a experiência completa de um grupo de Mundanos.

Tudo isso começou quando Taryn enviou um convite para sua festa de Natal, despertando o desejo de Allum de encontrar os enfeites perfeitos e escolher o presente ideal. Milo explicou o funcionamento de todas essas tradições, e o antigo rei das fadas ficou empolgado com a ideia, chamando seus três filhos mais novos para a missão natalina.

Inicialmente, Manoela e Carmem não tinham a intenção de participar, mas Allum as convenceu (ou melhor, intimou) a se juntarem a eles em um ato de pura determinação. Federico veio acompanhado de seu padrasto, Simony Rhaniel, que aproveitou a oportunidade para passar algum tempo com seus enteados.

Conforme andavam, Manoela e Carmem observavam a decoração festiva que adornava a cidade em seu segundo dia ali. Em determinado momento, apenas as duas amigas se encontravam em uma loja de presentes, imersas em meio às prateleiras de produtos.

Manoela se aproximou de uma bancada repleta de frascos de perfume, franzindo o rosto ao sentir o aroma adocicado que exalava deles. Para ela, eram perfumes excessivamente doces e impróprios para Milo.

— Isso definitivamente não parece algo que ele gostaria. — Carmem comentou, examinando um dos frascos. — Tenho certeza de que Milo odiaria receber um presente assim.

— Concordo. Precisamos encontrar algo melhor. — Manoela colocou o frasco de volta na bancada quando uma vendedora se aproximou delas, pronta para explicar os produtos. — Mas o que podemos dar a um cara que ama espadas e adora bichinhos de pelúcia?

— Ele já ganhou tantos ursinhos de pelúcia que o lorde Brand poderia abrir uma loja só para eles. — Carmem observou. — A menos que um presente desse tipo caia do céu, estamos sem opções.

Enquanto isso, os outros membros do grupo os chamaram, e todos partiram para outra parte da loja. Manoela não conseguia acreditar na mudança de comportamento de seu pai, que estava tão envolvido na experiência Mundana quanto os outros.

Dain esperou até que todos se reunissem diante das vitrines da Selfridge e começou a fazer exclamações exageradas de espanto, apontando para uma cena de Mundanos patinando no gelo em um rio congelado. Eloisa apontou para o que estava acontecendo, enquanto Simony ajudava Federico a olhar com um sorriso radiante no rosto.

Apenas quando decidiram comprar algumas xícaras de chocolate quente de um vendedor local, Manoela finalmente falou:

— O que podemos dar a Milo no Natal? — Ela perguntou, e todos a olharam surpresos. — Não acho que enfeites natalinos sejam uma boa escolha.

Manoela olhou para as sacolas que cada um estava segurando, uma mistura de enfeites natalinos, guloseimas típicas de Londres e, para surpresa de qualquer Mundano, um kit de armas antigas.

— Dain, Black. — Eloisa exclamou, abrindo as sacolas e examinando detalhadamente as armas. — Vocês ainda têm essa obsessão por armas antigas?

Uma acalorada discussão se seguiu entre os três, debatendo sobre a necessidade das armas que estavam quase enferrujando.