Epílogo.

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(POR FAVOR PONHAM ESTA MÚSICA A TOCAR PARA SENTIREM TUDOOOO. Cá vai a ligação)

Todas as refeições têm sido passadas em silêncio. Rose guardava um grande segredo e não sabia quando deveria contar a Calum.

-Calum.-ela chama, da outra ponta da mesa de jantar, pela primeira vez em alguns dias.

Ele olha-a, surpreso.

-Estou grávida.-Rose conta e Calum engasga-se no vinho.

Pronto. Já estava. Luke e Mali não sabem muito bem como reagir, pelo que aguardam a reação do Rei.

-Tens a certeza?...-ele quer saber e Rose assente. Calum sorri e levanta-se.

O Rei caminha até Rose e abraça-a, contente. Finalmente fala, fazendo-a sorrir:

-Parabéns, Rose. Sei que deve ser assustador e sentes que vais falhar novamente mas... tu nunca falhaste com o nosso filho ou comigo; falhaste contigo mesma pois nunca te perdoaste. Vai correr tudo bem, não vou deixar-te passar por isto sozinha.

-Obrigada, Calum. Parabéns.

Não falaram sobre isto mas naquele momento, através de uma troca de olhares, decidiram esquecer tudo. Tudo o que não lhes adicionava nada, para poderem ser felizes, como sabiam poder ser, juntos. Podiam retomar exatamente onde tinham deixado as coisas.

(...)

A gravidez tinha sido o ponto alto da relação de Rose e Calum: ambos estavam contentes e apaixonados, entusiasmados pelo que o futuro lhes reservava.

-Necessitas de algo?-Calum questiona, aconchegando-a na cama com um cobertor. Rose tem estado bastante cansada e fraca nesta última etapa da gravidez.

-Hm... Não, tens-me mimado tanto. Vem cá.

Calum sorri e deita-se à sua beira. Acaricia a barriga da esposa, sentindo alguns pontapés do filho.

-Mereces isso e muito mais, prometo.-Calum garante.-Todos os edifícios que construí por ti, todos os campos de rosas que plantei por ti, não são suficientes para te mostrar o meu amor por ti.

-Eu não fiz nada disso por ti, Calum, mas prometo que a minha maior prova de amor por ti virá em breve, e espero que a compreendas. Amo-te.

Rose beija os lábios dele e subitamente olha a barriga. Calum observa-a atentamente:

-Está tudo bem?

-Sim, apenas... quero que faças algo por mim. Por favor.

O Rei deteta a dor na voz de Rose e retira-lhe o cobertor que a cobria, apenas para perceber que as águas tinham rebentado. Ele grita:

-LUKE, JULIA. ACUDAM.

-Calum, ouve-me, por favor.

Vários criados entram no quarto e Rose está fraca e com dores. O parto é doloroso e lento. Calum agarra a sua mão e beija a testa de Rose, enquanto murmura:

-Estás a ir tão bem, Rosie. Empurra mais uma vez. Aos 3. Um, dois... três! Linda menina. Está quase.

Rose está pálida e as forças faltam-lhe mas não desiste. As próximas horas são preenchidas com sofrimento, mas sucesso. A Rainha finalmente deixa cair a cabeça na cama, exausta, enquanto Luke segura o bebe, maravilhado, e comenta:

-É uma menina linda.

-Como vamos chamar-lhe, Cal?-Rose pergunta.

Ele leva a mão ao rosto de Rose, dando-lhe toda a sua atenção. Ela sorri e murmura:

-Estou t-tão orgulhosa de ti. Construíste um lar para mim, para a nossa filha, para os nossos povos. Salvaste-me tantas vezes, mais d-do que consigo contar. Tornaste-te no homem que és, sozinho. És o homem que procurava e pelo qual esperei tanto tempo para casar. Valeu toda a espera. Fizeste-me tão feliz, mas... agora tenho de ir.

Calum agarra o rosto de Rose entre mãos e sente-a frágil. Pergunta:

-Ir onde, Rosie?...

O bebé é colocado no colo de Rose e um sorriso aparece no seu rosto pálido:

-Tem o teu nariz de batata. M-Merda. Olá, bebé. És t-tão perfeita. Tão amada.

-Rose, o que raio está a acontecer? Ir onde? Temos tudo isto, este bebé. Onde irias?

-C-Calum, preciso que tomes conta do nosso bebé por mim. Promete-me. Eu vou olhar por vocês, nunca estarás sozinho.

-R-Rose, tu... tu não vais morrer. Não podes. Não sei o que f-fazer sem ti, eu...

-Ouve-me.-ela pede, já bastante fraca.-Preciso que f-faças uma última coisa por mim, Cal. P-Preciso que me perdoes.

Calum sente lágrimas escorrer pelo seu rosto e aperta a mão de Rose com força, como se isso a fosse trazer de volta:

-Rose? Rose, não te a-atrevas, era suposto sermos felizes e educar esta c-criança para ser a nossa m-melhor versão e..

Os olhos de Rose perdem a vida e Calum é deixado em silêncio com um bebé choroso no colo. O mundo parecia ter terminado. Pelo menos o de Calum tinha terminado. Não havia qualquer som e Calum sente medo. Abandono.

-Lamento, Senhor.-o médico murmura.-Fizemos tudo o que podíamos. A Rainha sabia os riscos da gravidez. Aquele corte na barriga na tomada de posse de Bersóvia causou alguns estragos....

Calum larga o bebé no colo de Luke e corre para longe dali. Do corpo de Rose sem vida. Já na biblioteca, Calum roga pragas, parte tudo o que lhe aparece à frente e grita.

Não era justo.
Não fazia sentido.
Como foi ela capaz de fazer-lhe isto?!

Bem, Rose queria dar tudo a Calum, e deu, incluindo a própria vida. Ela deu-lhe o herdeiro com que sempre sonhara, custasse o que custasse, e Calum achou um preço demasiado alto. Rose cumpriu a sua parte do acordo, com lealdade, tendo sempre em mente fazer Calum feliz.

Ele não o queria. Queria Rose de volta.

Calum deixa-se cair de joelhos no vidro partido, nas folhas de livros arrancados. Estava derrotado, magoado, incurável.

-Calum?-ele ouve a voz de Luke e este surge com o bebé ao colo.- Vamos falar, por favor... eu s-sinto-me da mesma forma, eu preciso de ti ou....

O som de uma arma disparar faz Luke sobressaltar-se e o bebé chorar. O corpo de Calum cai no chão e Luke fecha os olhos, numa dor excruciante.

Luke soube de imediato que precisava de ser forte, pelos que mais amava. Chegava de perdas. Assim, subiu ao trono enquanto o pequeno bebé não era capaz de assumir o poder. Foi um rei exemplar, educado pela influência conjunta de Rose e Calum.

Aos seus 18 anos, a sobrinha -a quem Luke deu o nome de Primrose - teve o trono cedido pelo tio e iniciou um reinado justo, forte e competente, sempre orientada por Luke, como os pais tanto sonharam.

Esses, olhavam-os do Céu, de mãos dadas, orgulhosos. A morte de Calum, o sacrifício de Rose, os ensinamentos de Luke a Primrose: foi tudo uma questão de lealdade (loyalty, o nome da fic).

___________FIM_________
Desculpem ter morto as personagens principais, mas tive a ideia e pareceu-me demasiado genial para não a escrever.
Então, opiniões? ❤❤ justo, fixe, péssimo, mais ou menos? Estão à vontade.

Loyalty [cth] TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora