4.

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No quarto, Rose treina exaustivamente. As suas mãos eram ágeis e a espada movia-se com rapidez.

Perdida em pensamentos, olha a porta quando ouvem bater nesta.

-Entre.

A porta é aberta, revelando o Rei de Jorsur, que beija a sua mão. Rose pousa a espada e agarra um estúpido livro sobre maneiras.

-O que está a fazer, princesa?

-Iludir-me, suponho.-ela murmura, olhando a espada.-Nada. Em que posso ajudá-lo?

Calum senta-se na cama de Rose e estende-lhe uma caixa, afirmando:

-Queria pedir-lhe desculpa pelo meu comportamento. Não era a minha intenção aborrecê-la. Trouxe-lhe um presente de Jorsur, que agora espero ser também uma oferenda de paz.

Rose não esperava tal e apenas assente, desorientada. Agarra a caixa, com pequenos buracos.

-Porque está furada?

-Abra, princesa.-ele incentiva e Rose obedece.

No fundo da caixa encontrava-se um pequeno cão a dormir. Calum sorri quando Rose abre a boca mas não sai nenhum som e os olhos brilham. A princesa sempre quis um animal.

No entanto, ela fecha a caixa e devolve a Calum, que está surpreso. Era uma das raças de cães mais fiéis do seu reino.

-Não gostou, princesa?

-O tio Henry não permite animais no palácio. Tentei mil e uma vezes.-Rose diz, visivelmente aborrecida.

-Bem, tive uma conversa com o Rei de Bersóvia e disse o quão importante pode ser ter um cão no percurso de um aspirante a rei ou rainha. Para além de dar confiança e suporte, disciplinar um animal trará disciplina ao ascendente ao trono.

-É... verdade?-Rose quer saber.

-Desconheço.

A princesa luta contra o sorriso que ameaçava formar-se. Recebe a caixa de novo e aconchega o cão nos braços.

-Obrigada.

-O prazer foi meu.-Calum assente e levanta-se.-O presente marcará tréguas da situação da manhã passada?

-Não.

-... não?-o rei está surpreso.-Receio não compreender.

-Os seus comentários não foram justos. O meu lugar é onde eu o determinar. Não pense automaticamente que é no guarda-roupa a sentir-me bonita ou no jardim a cuidar das flores. Não aprecio que deixes estúpidas regras intocadas só porque sempre foi assim.

Calum engole em seco mas assente. Rose tinha uma personalidade forte e era dura. Demasiado, por vezes.

-Está dispensado.-ela afirma.

O homem volta a beijar a sua mão e afasta-se, com mil e um pensamentos na cabeça.

-Princesa.-Calum pára e olha-a.-O torneio é um desafio demasiado grande. Dada a sua impulsividade, toda a corte o permaneceu em segredo de si. Lamento mas os combates serão violentos e vidas poderão ser tiradas. O Rei de DiLaurentis irá representar as vossas terras e ficarão bem servidos. É o melhor. Não corramos riscos desnecessários. Tenha uma boa noite, princesa.

Loyalty [cth] TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora