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Habitantes de DiLaurentis chegavam a Jorsur, exaustos. Calum fez com que conseguissem passar a noite acomodadamente, graças à ajuda do seu povo.

Rose não hesitou e correu para fora do palácio, questionando-lhe mil e uma coisas, mal os avistou. Os guardas de Calum tinham sido ordenados a manter uma distância de segurança entre a princesa e o povo, mas ela não quis saber.

-Princesa Rose, está sã e salva!-eles gritam, aliviados.-LONGA VIDA À...

-Por favor, responda-me, como está DiLaurentis?!

-Está a salvo, senhora.-Um homem garante.-O rei Michael não magoou ninguém... Ele mandou-nos até aqui pra dizer à Princesa que quer vê-la.

Rose engole em seco e assente, esperando que prosseguisse.

-O Rei de DiLaurentis matou o pai do Rei Michael há um ano e agora quer vingança!-uma mulher grita.-Ele diz que se não for vai matar toda a gente!

-Eu vou.

-Rose, enlouqueceste?!-Calum protesta, retirando-lhe a espada que lhe emprestara.-Dá-me isso.

-Ouviste?! Michael vai matar o meu povo!

-Ele quer atrair-te para te matar!-Calum evidencia.-Se não saíres daqui, ele não consegue chegar a ti e sabe disso. O povo de DiLaurentis é a única garantia que tem de que virás pelo que não o magoará.

Mas Rose estava muito inquieta com as notícias.

Um outro grupo de pessoas corre, gritando desesperadamente, tentando entrar em Jorsur. Calum aproxima-se e arregala os olhos quando percebem o que dizem.

-EU QUERO A PRINCESA NO PALÁCIO! JÁ!-o rei grita e os guardas transportam-na.

-Calum! Calum, não me faças isto! Por favor!

Mas ela é ignorada e passa as próximas horas trancada no quarto, sem poder sair. Rose percebe um choro, reconhecido como sendo de Julia.

-Jules?! Ju, eu estou a ir! Calma!

Rose pontapeia a porta, zangada, mas esta não se move.

-P-Princesa, está t-tudo arruinado...-a criada informa e Rose pede.

-Eu quero ver-te. Vem para debaixo da minha janela...

A velha senhora obedece e Rose desce pela árvore, atirando-se para o chão. Julia levanta-a e olha a princesa entre lágrimas, com carinho.

-O que se passou? Diz-me...-Rose suplica.

-O-Ouvi Luke e o rei falar. Tu és a nova rainha.

Os olhos da princesa arregalam-se, não compreendendo:

-Mas o tio tem que me ceder o lugar, ser coroada e aclamada. Sabes disso, Jules.

-Decapitaram o rei e e-enviaram-te a cabeça.

Rose não é capaz de falar por uns minutos. Parece que o coração pára de bater. Lágrimas escorrem finalmente.

-ROSE! ROSE, ONDE ESTÁS?

Calum encontra a rapariga a correr por entre os campos e grita:

-ENCONTREM-NA!

A princesa não sabe para onde vai mas pouco lhe importa. Dá por si às portas do anfiteatro que visitara com Calum e entra. Num dos lugares de trás, sozinha, chora, abafada pelos sons da orquestra, que ensaiava.

Imaginar o rei a suplicar por vida fá-la querer vomitar. Ela sente medo, angústia, revolta. Finalmente anoitece e o ensaio termina, deixando Rose sozinha com os seus pensamentos, miserável.

Rose odiava o mundo, especialmente a si própria. Queria levantar-se e lutar mas sabe que terá o mesmo fim que Henry.

-T-Tio, não... Não vás. P-Preciso de ti, não sei o que fazer... Mãe? Pai?

Perante o silêncio, limpa as lágrimas furiosamente e enche-se de coragem. Sabia exatamente o que fazer.

Loyalty [cth] TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora