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-Sua Alteza?

-O que foi?-Calum bufa, irritado. Os acontecimentos dos últimos dias não lhe saiam da cabeça, impedindo-o, de se concentrar na carta.

Julia faz uma vénia e o Rei assente, fazendo-lhe sinal para avançar.

-Sem querer ofendê-lo, pedia compaixão para com Rose e...

-Bem, ofendeu-me. A senhora estava lá quando a princesa me gritou, insultou e ameaçou com a minha espada na minha casa?

-Sim mas...

-Não.-ele corta.

-Eu conheço Rose desde que nasceu. Ela nunca faria algo assim. É uma grande mulher...

-Precisamente por saber ser uma grande mulher que não admito que se comporte como uma pequena criança.-Calum rosna e Julia baixa a cabeça.-Não aprecio que tente arcar com as consequências do que a princesa faz.

-Peço desculpa.

-Porque o faz?-Calum quer saber o motivo de toda a proteção quando Rose estava, obviamente, errada.

-Porque Rose não fugiu, mesmo sem exército ou armas indicadas, enquanto pôde. A princesa levantou-se da cama e, sem saber o tamanho da ameaça, escoltou-me até ao irmão e salvou cerca de 30 criados aprisionados em risco de vida, dados os incêndios. A princesa defendeu-nos com a sua vida e não houve um momento em que não nos sentimos seguros. Só parou quando foi aprisionada.

-... ela é louca.-Calum suaviza, perplexo com a informação.

-Debati-me com isso por muito tempo e percebi que é apenas tão corajosa que põe em risco a própria segurança.

Calum olha a mesa e suspira, num dilema. Questiona a criada:

-O que pretende de mim realmente, Julia?

-Reconhecimento.

-Rose não quer nada disso vindo de mim.-Calum quase ri.

-Perdoe-me mas está errado. Toda a vida Rose foi subestimada, comparada. Ela adoraria reconhecimento por parte de alguém como o Senhor.

-... não compreendo.

-Alguém que ela admire.-Julia reformula, abandonando a sala com mais uma vénia. Calum permanece em silêncio, completamente esquecido da carta.

No entanto, não tem muito tempo para pensar pois a porta é aberta. A princesa entra no quarto e senta-se à janela, olhando sonhadoramente por ela.

 A princesa entra no quarto e senta-se à janela, olhando sonhadoramente por ela

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-Gostas da vista aqui?-Calum questiona e ela sobressalta-se. Levanta-se mas o Rei pede.-Fica.

Rosie obedece, hesitante, e volta a olhar a paisagem.

-Não me respondeste.-ele lembra, esquecido da carta.

-Gosto. É a única janela que dá para ver DiLaurentis.

-Sei. Daí escolher este quarto.-Calum confessa e ela assente.

-Não é linda...?

O Rei não tira os olhos da princesa, concentrado, e concorda:

-É.

-Eu lamento ter-te ridicularizado publicamente.

Calum nunca pensou ouvir um pedido de desculpa de Rosie, pelo que presta toda a sua atenção.

-Eu... estava zangada. Sei que não é desculpa e que... bem, te aborreci. Sei agora que é impensável deixar Jorsur para proteger uma princesa de outro reino que não foi capaz de proteger o seu povo mas fizeste-o na mesma, podendo ter um final desastroso. Abalaste a confiança do teu povo em ti, que dura uma vida a construir.

Calum tenta manter uma postura fria mas não consegue. Rose finalmente está a admitir o que sente, sem uma irracional e constante defesa ou ataque ao Rei.

-Devo-te a vida mas tratei-te mal. Apenas... imaginei que viesses salvar o meu reino, não só a mim. Que... fizesses um milagre, no fundo, e recompussesses tudo, já que claramente falhei. Fazes dessas coisas mas não tens qualquer obrigação em fazer o que não consigo.

-Não me deves nada, Rosie.-Calum suaviza e senta-se também à janela.-És minha aliada.

-Michael também é e olha o que fez.

Calum aproxima-se e tenta alcançar a sua mão mas Rose afasta-se. Apressa-se a explicar:

-E-Eu... Eles...

-Eles magoaram-te. Percebo.

Rose relaxa e permanecem em silêncio uns segundos.

-Não acredito que atravessaste o teu condado e o meu com 10 soldados para me salvar.-ela comenta e Calum sorri um pouco.-E se te reconhecessem e matassem?...

-Não pensei muito nisso.

Calum levanta-se e tenta:

-O que achas de amanhã te apresentares ao povo de Jorsur?

-Eu adoraria.-ela diz, sem entusiasmo, ainda distraída com DiLaurentis.

E Calum, perante aquela dor, teve uma ideia tão estúpida que rezou 5 Avé-Marias para ser perdoado.

-Rosie, estás segura aqui. Prometo. O meu exército está a vigiar Jorsur em cada canto, dia e noite. Podes dormir descansada, princesa.

Loyalty [cth] TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora