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Calum passa os próximos 23 dias trancado no palácio. Não lhe apetecia fazer nada.

Rose nunca veio.

Luke, Julia, Ashton, Lily e o resto do povo de DiLaurentis regressou a casa. Até o cão. Assim, o palácio estava silencioso.

-Senhor, preparo o cavalo para ir passear?-o conselheiro tenta, através da porta, mas Calum nunca responde.

As coisas dela ainda estavam no quarto. Acaricia a coroa que teve tanto trabalho em desenhar, especificamente para Rose.

Calum estava triste e nunca se sentiu assim. Rose atraiçoara-o. Numa explosão de raiva, parte a coroa. Lágrimas escorrem pelo seu rosto.

-Preparem o cavalo. Vou dar uma volta.-ele ordena.

Calum arrependeu-se rapidamente ao ver todas as rosas que mandou plantar para ela, por Jorsur.

Doeu imenso quando o seu exército regressou de DiLaurentis, avisando o Rei que Rose recuperou. Apenas reforçara que não precisava dele agora.

Sons de cavalos alarmam-no e Calum segue o som. Porque cavaleiros se dirigiam a Jorsur àquela hora da noite?

O rei aguarda que sejam abordados pelos seus soldados, na fronteira, e preocupa-se quando estes os deixam passar sem qualquer resistência.

-Mas que merda?!-Calum perde a cabeça e dirige-se até lá, de espada em punho.-Soldados, defender!

-Também é bom ver-te, Cal.

O homem abranda e o cavaleiro retira o capuz. Rose sorri-lhe e Calum paralisa. Uns segundos de silêncio depois vira costas e ordena:

-Baixar armas. Regressar aos lugares.

O homem desce do cavalo e regressa ao palácio em silêncio, sendo seguido por Rose, que está surpresa. Já no quarto, ela observa-o atentamente. Não esperava esta receção.

-Cal... está tudo bem?

Sem resposta, Rose repara na coroa espalhada por todo o chão. Ela percebe que algo de grave se passa e coloca-se à frente de Calum, que observava um mapa.

-Estou ocupado.-ele atira, sem a olhar.

-Diz-me o que há de errado.

-Bem, agora que te lembraste que existo, não há nada de errado.-Calum afasta-a rapidamente da sua frente. Não podia ceder.

Rose cruza os braços, preocupada. Ele nunca a tratou assim antes e está a magoá-la.

-É isso que pensas?...-ela está chocada com as palavras.

-O que precisas de mim desta vez? Conquistar outra terra? Diz-me e eu largo tudo por ti. Recuperar
Dilaurentis porque fizeste merda de novo?

Rose ergue a mão, frustrada. Ele está a ir longe demais e não quer lidar com Calum agora.

-Bate-me por dizer isso. Sei que te magoa e disse-o na mesma. -ele ordena mas a mão dela era dirigida ao seu próprio cabelo.

-O quê?! Nunca te magoaria.

-Não tens feito outra coisa.-ele atira, virando costas à rapariga.

-Não houve um dia em que não pensasse em ti.

-Bem, não posso realmente saber.-ele comenta.-Não estou dentro da tua cabeça.

-Estás e nunca saíste, Calum. Pára com isso. Estive a recompor DiLaurentis. Não parei nos últimos dias.

Ele ignora-a e Rose suspira. Calum conseguia ser realmente difícil.

-Luke manda cumprimentos.-ela brinca com um pedaço da sua coroa, encostada à mesa onde Calum trabalha.

-E Ashton? Também manda? Ou estavam tão ocupados que nem tiveram tempo para falar sobre isso?

-Estás a acusar-me de te trair quando te jurei lealdade?! Mas que raio se passa contigo, Calum?-Rose perde a paciência e o homem também.-Eu quase dei a minha vida por ti!

-Comigo? Isto não é sobre mim, Rose! Deixei-te às portas da morte porque me ameaçaste e por quase 30 dias não soube nada sobre ti! Não sabia se tinhas sobrevivido sequer!

-Bem, não fui informada de uma visita tua.-ela atira, irritada.

-Não queria sujeitar-me a encontrar as fronteiras trancadas. Magoaria-me de uma forma que nunca entenderias.

Rose observa-o. Ele estava um caco e acreditava mesmo que a rapariga tinha fugido dele e refugiado em DiLaurentis.

-Desculpa.-ela pede, sinceramente.

-Bem, "desculpa" não vai fazer-me esquecer como me senti este mês.

-Não há mais nada que possa fazer. Aceitas ou não, e avançamos ou não.

-Não aceito.-ele teima.

Rose assente, respeitando isso. No entanto, não deixava de estar zangada. Ela tinha-se esforçado tanto para poder recompor as coisas na sua terra e queria ser recebida de braços abertos.

-Certo. Consigo ver que não sou bem-vinda.-a rainha afirma, afastando-se. Calum está surpreendido.

-Onde vais...?

-Vou regressar a DiLaurentis. Desejo-te uma boa vida.-ela fala.

Calum quer dizer algo para a fazer ficar mas não sabe bem o quê. Queria que Rose soubesse que estava zangado e não estava pronto para esquecer o que aconteceu.

Era muito tarde quando Rose regressou ao cavalo, dececionada. No entanto, pára dado um grito, que a assustou:

-ONDE PENSAS QUE VAIS, ROSE?!

Ela segue a voz e repara numa rapariga mais velha, muito parecida com... Calum.

-Ouvi tanto sobre ti! Estou há dias para te conhecer...

A rainha é abraçada pela cunhada, que está entusiasmada. Puxa-a de novo para o palácio:

-Por favor, eu quero conhecer-te antes de ires embora!

-Hm... adoraria mas... não acredito que seja a melhor altura...

O rei surge, puxando a cadeira da mesa de jantar para Rose:

-Tens alguma coisa melhor para fazer do que conhecer a minha irmã?

Rose morde o interior da bochecha, aborrecida. Sorri a Mali:

-Não. É um prazer.

Ela sabia melhor que ninguém que Calum ia infernizar o jantar.

Loyalty [cth] TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora