3. Beatriz e Dylan

305 20 11
                                    

" A ironia da solidão é que todo mundo sente ao mesmo tempo"

Desperto do meu sono rapidamente com a campainha tocando freneticamente. Levanto da cama colocando um blusão que vi jogado no chão que cobria até um pouco acima de meus joelhos, pego meu celular vendo que são 4:14h da madrugada.

- Mas que merda - falo comigo mesma enquanto vou em direção a porta de entrada.

Olho no olho mágico me deparando com três pessoas caindo de bêbados. Abro a porta dando de cara com Dylan sentado no chão e Laura segurando meu irmão pela cintura enquanto não para de apertar a campainha.

- Que grande merda em - comento sentido o cheiro forte de bebida barata.

- Pega o Dylan pra mim por favor - manda irritada.

Suspiro e vou em direção a ele. Me agacho pegando seu braço e passando seu braço por cima de mim o apoiando pela cintura.

- Ei Dylan - cutuco o fazendo abrir os olhos - no três a gente levanta junto.

Ele apena da um leve balançar com a cabeça.

- Um, dois e três - levanto com dificuldade.

Cambaleando conseguimos entrar no apartamento.

- O que aconteceu com vocês - pergunto vendo Laura ir em direção ao corredor com Henrique.

- Esses dois aqui beberam como se não existisse o amanhã - fala irritada - ajuda o Dylan enquanto eu ajudo o seu irmão, por favor Bea.

Não faço mais perguntas e saio arrastando Dylan até seu quarto. Quando abro a porta um cheiro incrível de perfume masculino chega em mim. Tudo ali era minimalista, mas com um toque de personalidade. Largo ele na grande cama de casal e vou em direção ao seu closet e pego roupas simples, cueca box preta, e a primeira bermuda que vi pela frente.

- Vem - chamo ele que estava esparramado na cama - você tem que tomar banho - arrasto ele pro banheiro com mais facilidade, já que agora se encontra mais consciente.

- A não, mas eu queria dormir - resmunga enquanto o sento em cima da tampa do vazo sanitário.

- Espera só um pouquinho, é uma ducha - falo tirando a sua blusa e logo depois sua calça, o deixando apenas com uma cueca box preta.

Não queria reparar muito em seu corpo, mas é quase impossível. Ele parece um deus grego ou um personagem de algum livro que eu li.

- Vai ficar me secando até quando princesa - sua voz rouca soa em meus ouvidos me tirando de alguns devaneios.

Sinto uma pequena pontada em minha intimidade quando encontro aquele olhos me encarando.

- Eu não estou de secando idiota - levanto rapidamente e indo ligando o chuveiro.

Em silêncio coloco seu corpo em baixo da água gelada.

Ele fala alguma coisa que eu não entendo enquanto fico nas pontas dos pés para conseguir ajeitar os cabelos que estavam na frente de seus olhos.

- Por que está me ajudando - escuto sua voz baixinho.

- Por que eu não te ajudaria - pergunto passando rapidamente um sabonete no seu corpo sarado, apenas pra tirar o cheiro de bebida.

Ele fica tão paradinho enquanto o ensaboo que parece uma criança sendo banhada.

- No que tanto pensa - puxo conversa.

Ele dá de ombros.

- Na puta ressaca que vou ter - dá uma risada.

Não sei como ele dá uma pequena desequilibrada e me puxa pra dentro do box me molhando um pouco.

Nas Ondas da Realidade (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora