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◇Beatriz◇

Dylan: Oi ?

Bea: Oi - falo seca, fungando o nariz.

Por que caralhos eu tava ansiosa?!

Dylan: Podemos conversar - anda até a minha cama.

Apenas acinto com a cabeça esperando uma explicação ou sei lá.

Dylan fica um tempo encarando a parece até tomar coragem de me encarar.

Dylan: Eu tava no terceiro ano do ensino médio quando conheci a Eduarda - suspira - a gente era da mesma sala mas não se falava, até que a gente teve que fazer um trabalho em dupla, então eu marquei de ser na minha casa. Eu não costumava reparar muito na roupa que as pessoas usavam, mas acabei reparando que ela só usava roupas que tampavam ela toda - travei o maxilar, não porque estava com ciúme por ele repara nela, mas porque já ouvi essa história antes - no dia que tínhamos marcado de fazer o trabalho tava muito calor, mas ela continuava de calça jeans e blusa de manga comprida, eu não quis implicar nem nada, mas achei estranho - continuou - a gente fez o trabalho, foi bem legal, a gente conversou sobre tudo, tínhamos gostos diferentes mas era de um geito bom - vejo suas órbitas viajarem - o namorado dela que veio busca - lá porque já estava de noite, estávamos na sala esperando ele chegar, acabei percebendo que ela estava tensa, batia o pé repentinamente. Perguntei se estava tudo bem, mas ela não me respondeu nem me encarou, e quando quando me encarou pra responder alguém espancou a porta, logo seus olhos se encheram de lágrimas - minha respiração tava entre cortada - eu não entendia o que tava acontecendo até ela me pedir pra não deixar ele entrar, fiz o que ela mandou e fingimos que não tinha ninguém em casa apagando as luzes. Ele foi embora e ela caiu aos prantos - um soluço saiu da minha garganta - ele batia nela, ela me disse que não tinha coragem pra pedir ajuda e que era pra eu ficar de bico calado  - ele ri sem um humor - mas é óbvio que eu não fiquei quieto, ajudei ela a denunciar ele, não antes de quebra a cara do enfeliz - fala com ódio.

Eu não consigo imaginar pelo que ela passou, ela nunca demonstrou nenhum tipo de fraqueza ou trauma.

Fungo o nariz.

Eu nunca passe por isso, não sei como ela se sentiu ou se sente, mas sei que nenhuma mulher devia passar por isso.

Dylan: A gente virou melhores amigos - continuou - os 2 anos pra cá começamos a ficar, nada sério - afirmou - não pra mim, pelo menos - suspirou - ela começou a nutrir sentimentos por mim que eu não podia corresponder. Eu esclareci tudo pra ela, disse com todas as letras que eu há via somente como uma amiga e que pra não machucá-la teríamos que parar com o que tínhamos a mais. Ela não aceitou a "separação", e disse que não se importava se fosse só sexo.

Bea: Dependência emocional - sussurrei comigo mesma.

Dyoan: E eu idiota, pensei que era só uma paxonite passageira e que não tinha problema em continuar com o sexo - bufou frustrado - eu não vou falar que literalmente usei ela por 2 anos, porque ela tbm me usou - o encarei.

Bea: Dylan isso não tá certo - afirmo - pra nenhum dos dois.

Dylan: É, eu sei - me encara - percebi um pouco tarde, mais percebi.

Bea: Um pouco tarde Dylan - me esaltei um pouco - ela ama você - sussurrei.

Dylan: Triz- o enterrompi.

Bea: Ela tá dependente de você Dylan, sabe o quanto isso vai doer quando você tomar a decisão de se afastar dela ?

Dylan: Eu sei, mas e a nós?

Bea: O que tem nós?

Dylan: Como nós ficamos?

Bea: Primeiro não existe nós, segundo, só vai exister um nós quando você resolver tudo que tem que resolver com a Eduarda - falei séria.

Ele parece ter se irritado comigo, mas eu tô pouco me fudendo, não tô afim de entrar no olho do furacão, viver meus 5 minutos de felicidade e voltar pra merda de tempestade que minha vida é.

Dylan: Como você consegue dizer que não existe um nós se exaltou - vai fingir que não temos nada só pela porra de um problema meu?!

Bea: Acho bom você medir as suas palavras comigo - falei fria - não vou me meter nessa merda, que não tá afetando só você como uma outra pessoa também, então se você tem pelo menos um neurônio funcionando vai saber o que tem que fazer - meu tom de voz era neutro.

Regra em uma discussão:


Mantenha - se neutra, não demonstre que algo te afetou ou não.


Contato visual frio, vai mostrar a pessoa que você não se intimida facilmente.


Mantenha a postura, por mais estúpido que isso pareça, isso lhe dará um ar de superioridade.


Mantenha sempre o tom de voz normal, nem alto para mostrar que você está perdendo o controle, e nem baixo para mostrar que está sendo intimidada.


Nunca comece uma discussão, mas certifique - se de que terminará.

Dylan sai do quarto, espero um estrondo de porta batendo, mas não, ele fecha a porta com toda calma.

Autora: Usem minhas dicas com sabedoria cachaceiros, e lembre-se, você decide se coloca uma , ou um .

Votem e comentem!

Espero que tenham entendido a história da Duda.

Nas Ondas da Realidade (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora