Meu coração estava acelerado, minha garganta seca, meus olhos transbordando de lágrimas.
Fechei a porta atrás de mim encostando as minhas costas na mesma. Sentei no chão, escorada na porta e com a cabeça inclinada para trás na esperança de conseguir me acalmar.
Por que eu não conseguia parar de chorar? Por que meu irmão falou dela com mágoa na voz? Por que sempre é assim quando o assunto é ela? Milhares de perguntas rondavam a minha cabeça enquanto eu chorava sem parar.
Sai do meu tranze quando escutei batidas na porta.
Lucas: Bea, abre a porta rapidinho - pediu com a voz um pouco abafada.
Me levantei com um pouco de dificuldade, secando o rosto, abri a porta e Lucas ergueu o olhar pra mim, dando um sorriso mínimo, enquanto eu tinha um beicinho igual uma criança.
Lucas: Poço entrar - perguntou dando um passo a frente para dentro do quarto.
Assenti com a cabeça fechando a porta logo depois. Ficamos nos encarando em silêncio até ele quebrar.
Lucas: Quer um abraço - perguntou meio receoso.
Fiz que sim com a cabeça, ele logo abriu os braços e eu corri como uma criança pedindo colo. Abracei ele como se fosse um urso gigante.
Lucas: Shhh, pode por tudo pra fora - sussurrou em quanto acariciava meu cabelo que tava mais seco que palha por conta da água do mar.
Ficamos um tempinho assim até eu me acalmar.
Lucas: Você tá gelada Bea - disse encostando a mão no meu braço - é melhor você tomar um banho quente.
Assenti silenciosamente e fui pegar uma roupa quente pra por.
Lucas: O que aconteceu com a sua coxa - me virei e vi que ele tava sentado na minha cama analisando o arranhão.
Bea: Tinha um galho num banco de areia, acabei tomando um caldo e deu nisso - tentei soar como brincando porque ele estava analisando sério de mais - você pode me esperar - perguntei indo ao banheiro.
Lucas: Posso sim.
Tomei um banho bem quente, lavando o cabelo e limpando bem a ferida. Coloquei um shorts de academia bem curto pra não roçar no machucado que táva doendo, por sinal, coloquei um blusão e um casaco grosso.
Sai do banheiro e Lucas tava deitado na cama olhando pro teto, fui até o meu guarda roupas e peguei a caixinha aonde guardava remédios, gaze, soro e essas coisas.
Me sentei ao sei lado que logo se ajeitou na cama. Comecei a limpar a ferida com soro fisiológico. Depois de limpa fiquei analisando ela pra ver se precisava de postos.
Bea: Acha que precisa de ponto - perguntei olhando pra ele que parecia estar bem concentrado na ferida.
Lucas: Posso - falou fazendo menção de que iria tocar a ferida. Assenti positivamente.
Com os dedos ele começou a contornar o corte, sempre com cuidado, ele deu um preciosada o que fez eu soltar um gemido baixo de dor.
Bea: Vocé tá cursando enfermagem ou Medicina - perguntei curiosa.
Lucas: Vou pro 2 ano de medicina - falou orgulhoso - foi fundo, mas não precisa de ponto.
Ele pegou gaze, esparadrapo e uma faixa que eu tinha na caixa. Fez um curativo mil vezes melhor do que qualquer coisa que eu faria.
Lucas: Prontinho - disse orgulhoso do resultado.
Bea: Ficou melhor do que qualquer coisa que eu já fiz - falei brincalhona.