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"Ela nunca amou a gente.

Ela nunca amou a gente.

Ela nunca amou a gente.

Essas palavras eram não paravam de serem sussurrava no meu ouvido por uma voz tão suave que chegava a ser medonho.

Abri os olhos me deparando com a escuridão profunda, era como se ali estivesse representado o vazio que minha mente era.

Eu nunca amei vocês.

Eu nunca amei vocês.

Agora era a voz da minha mãe perturbando minha mente vazia e meu coração cinzento.

Eu sabia que tava sonhando, eu consigo sentir que isso não é real, mas mesmo assim meu coração acelera com sua voz ecoando pelo breu.

Bea: Eu sei que isso é um sonho - gritei.

Uma gargalhada forte e alta se instalou no lugar, era uma gargalhada vazia, sem sentimento algum.

Olivia: Me diz uma coisa Triz - sua voz soou convencida - se você sabe que isso realmente é um sonho, por que não sai dele - perguntou com desem.

Meu coração tava disparado, nunca tinha ouvido a voz da minha mãe assim, tão, vazia.

Senti dedos deslizando ao redor do meu pescoço, dedos gélidos e longos, estremessi com aquilo.

Olivia: O que foi querida - sua voz perto de mais do meu rosto fez eu dar um pulo de susto, o que fez com que a mão que estava no meu pescoço se fechar ao redor dele como uma coleira que me prende ao mar da tortura. Por impulso levei a mão ao pescoço, por cima da mão que não estava mais lá.

Olhei pra todos os lados por impulso, mas não se enchergava nada.

Bea: Eu se que isso é um sonho - berrei - eu sei que não é você - falei pra mim mesma.

Olivia: Ó querida - escutei ela falar com uma falsa tristeza na voz - se você sabe que não é realmente eu - fez uma pausa - se sabe que isso é realmente um sonho por que está assim - consegui até visualizar um sorriso em seu rosto.

Bea: Por que você não vai em bora - rosnei me virando para trás e encontrando, adivinha, nada.

Olivia: Você não me deixa ir - gritou irritada, e caiu um raio no horizonte - mas pra te falar a verdade filhinha eu até gosto - tudo ficou branco e eu tive que fechar os olhos por conta da claridade.

Bea: Como assim - perguntei tentando me acostumar coma a claridade.

Olivia: Acha que eu não gosto - seu tom é de divertimento - de ver você caindo nas sua própria teia, de você afastando as pessoas ao seu redor, de você tendo crises existenciais, de você se machucando, se drogando - falou mais alto e um outro raio, só que preto acertou o horizonte branco.

Bea: Eu preciso acordar - sussurrei colocando a mão na cabeça e fechando forte os olhos.

Olivia: Você tá quebrada - meus olhos lacrimejavam.

Bea: Eu não sou um objeto pra tá quebrado - olhei pra todos os lados.

Olivia: Só você não vê isso - vossiverou irritada - você tá quebrada Beatriz e só você não vê isso - tudo ficou preto de novo.

Não falei nada, só conseguia negar com a cabeça tentando me concentrar em acordar.

Olivia: Sua mente tá vazia e pesada - agora sua voz era calma - seu coração então, nem se fala - deu uma risada triste - ele nem quebrado tá - suspirou - dele só sobrou as cinzas, as cinzas de um coração que queimou num fogo de gelo por 4 anos - uma lagrima rolou dos meu olhos - você se fechou e nem foi a sete chaves, você soudou os sentimentos como se fossem um só e os jogo lá no fundo da sua vida como se fosse um problema - agora sim era a voz da minha mãe.

Nas Ondas da Realidade (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora