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⠀⠀⠀— VOCÊ NÃO ESTÁ morto, Sunwoo. Você está em coma. — Joyce repetiu.

Sunwoo piscou e deu dois passos para trás. Ele deixou a mão que tocava a bochecha de Joyce cair ao lado do corpo, os dedos entrelaçados aos dela se soltaram.

A dor de cabeça aguda e azucrinante voltou a martelar a mente dele. Ele não estava... morto?

Ele pressionou os pinhos nas têmporas. Um misto de emoções se misturava em sua cabeça e em seu âmago, tornando ambos doloridos. Talvez em seu próprio corpo o mesmo acontecesse. Os batimentos cardíacos, a sensação de estar vivo, soaram arrítmicos e descompassados quando Joyce discorreu sobre tudo o que sabia a respeito de fantasmas em coma.

No início daquele dia ele teve a certeza de que poderia sofrer uma taquicardia, se já não estivesse morto, devido aos sentimentos suscitados pela proximidade com Joyce. Era difícil manter em mente o que havia dito sobre fantasmas e humanos não se envolverem, conforme passava mais tempo com ela. Mas uma nova sensação pairava dentro dele ao ouvir as palavras da médium.

Sunwoo estava em coma? Ele ainda estava vivo? Havia esperança para si?

As palavras ditas por Jun na Torre das Promessas retornaram a mente dele.

Aquela era a "sala errada" em que caíra? Ele esteve preso na própria consciência durante o período em que não pôde acordar e ao invés de retornar para a própria mente, se reconectando com o corpo, seu espírito seguiu por outro caminho, como se já estivesse morto?

O que Jun lhe dissera, gradualmente, ganhou sentido, entretanto, Sunwoo não se sentia aliviado por saber disso. Se estava em coma, então realmente estava em algum lugar, com alguém que sabia quem ele era e o que aconteceu no dia em que desapareceu. Isso o assustava. Se havia alguém sabendo tudo isso, e o mantendo vivo em algum lugar desconhecido, por que não foi até a polícia? Por que não foi até a família dele?

Quando expressou seus pensamentos, Joyce explicou que aquelas mesmas perguntas passaram pela cabeça dela, foram elas que a levaram a esconder o coma dele, dado que se os aparelhos fossem desligados, Sunwoo realmente morreria, e se alguém o mantinha escondido de todos, havia algo a esconder junto ao corpo dele.

Sunwoo entendia a decisão dela, uma parte dele desejava continuar alheio ao fato de que havia uma mísera possibilidade de voltar a ser visto por todos que o cercavam, pois, se algo acontecesse a seu corpo antes que pudesse voltar a si...

Ele engoliu em seco, dando as costas a médium.

Mal deu um passo para longe, os dedos dela seguraram sua mão com firmeza, conectando as palmas de ambos para que ele não desviasse. Era inútil, se Sunwoo quisesse se soltar só precisaria desaparecer, no entanto, Joyce o olhava com uma expressão que ele nunca viu antes na face dela, e isso foi o suficiente para fazê-lo hesitar.

Até Que A Morte Vos ReúnaOnde histórias criam vida. Descubra agora