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⠀⠀⠀— ENTÃO ESSA CESTA chegou aqui uma semana depois de o Sunwoo desaparecer?

Jin-a assentiu com vigor pelo que pareceu a enésima vez. Os lábios unidos e os olhos propositalmente salientados evidenciavam que sua paciência estava acabando — Joyce a havia feito repetir sua história diversas vezes, sem desviar os olhos da cesta e da bola de beisebol ali dentro.

O queixo da médium permanecia próximo ao chão, de tão surpresa. Embora uma eternidade parecesse ter se passado desde aquele dia, não restava mais dúvidas de que o sonho que tivera no dia em que Sunwoo apareceu se tratava de uma lembrança de quando ele sumiu — talvez fosse uma lembrança do dia que ele entrou em coma.

O sonho, mais o fato de a bola estar com Jin-a, não deixava dúvidas de que aquele foi o objeto que Sunwoo segurou com tanto apreço e angústia, querendo que chegasse até Jin-a, mas... por quê?

Joyce finalmente tirou os olhos do objeto. Sentia dois pares de olhos colados nela. Um deles pesava com as perguntas que queria fazer, pois ela havia contado a ele sobre o sonho em detalhes, quando se conheceram e, embora Jin-a não fosse ouvi-lo falar, Sunwoo parecia à espera do que a médium diria.

Joyce respirou fundo e fixou os olhos nos de Jin-a ao perguntar:

— Tinha um bilhete com a cesta, não tinha?

Jin-a franziu o cenho, lançando um olhar de viés a ela.

— Como sabe disso?

— Eu já estive na Kindness Store com o Sunwoo, ele costumava enviar bilhetes e cartas com seus presentes — mentiu.

— Ele também te enviou uma cesta como essa?

— Sim, há muito tempo. No meu aniversário. E tinha um bilhete. Um bem fofo.

— Bem, há um bilhete, sim. E foi justamente o que ele escreveu no bilhete que me fez manter isso em segredo até mesmo da polícia. Saber que o caso dele será fechado e arquivado só me faz acreditar que Sunwoo estava certo. — Jin-a expeliu um longo suspiro, enfiou a mão na cesta e tirou dali um envelope que Joyce conhecia muito bem. — A caligrafia é do Sunwoo. A da carta de suicídio também, mas a diferença entre ambas é que ele parece ter escrito o bilhete com pressa, como se não houvesse tempo, e a carta foi escrita do modo impecável, como se tivesse o tempo do mundo para escrevê-la.

Joyce meneou a cabeça e pegou o envelope. Seu coração trovejava nos ouvidos e pulsava com força na garganta quando tocou o papel — se lembrava de ter escrito naquele papel, no sonho, embora as lembranças não fossem dela.

Jin-a estava certa. A caligrafia elegante quase beirava um garrancho incompreensível com letras desproporcionais manchando o papel sem cuidado. Ela umedeceu os lábios ao ler o bilhete, a mão livre do papel se fechou em punho, agarrando o lençol da cama. Sunwoo, que estava de pé, sentou ao lado dela e segurou sua mão com afago antes de se curvar para ler o que havia escrito no dia em que supostamente desapareceu.

Até Que A Morte Vos ReúnaOnde histórias criam vida. Descubra agora