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XII

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XII

POST-IT VERMELHO



ㅤㅤ— VOCÊ ESTÁ BEM? — Sunwoo perguntou pela enésima vez, enquanto observavam o entra e sai de pessoas no prédio da TSHAR Entretenimento. Os dois estavam agachados próximo à entrada, escondidos, entremeio a alguns arbustos cobertos por uma fina camada branca.

Aquele local era um ponto muito visitado, não apenas por estar localizado no marco zero de San Peul, também pela magnificência luxuosa do edifício, cuja luz do sol frio da manhã o fazia reluzir como se sua estrutura fosse feita de ouro.

Naquele prédio não havia apenas andares voltados aos seus artistas — como os estúdios, salas de ensaios, etc. —, mas também um museu e lojinhas licenciadas de produtos oficiais, por este motivo era muito difícil saber quem ali era funcionário ou visitante externo.

Também era o motivo pelo qual não era estranho ver alguém espionando o prédio.

— Sim. Estou bem. — Joyce respondeu espremendo os olhos quando uma van branca parou perto de onde estavam, adjacente a uma das entradas laterais de acesso restrito e com pouco movimento.

— Mas você não comeu nada por causa daquele fantasma, não...

— ... fiquei com medo de lavar o cabelo de olhos fechados? — ela completou, o interrompendo no meio da frase. — Sim, fiquei. Aquela cretina me deixou apavorada. Só que a essa altura o espírito daquela moça já conheceu o além e a melhor amiga dela já deve ter sido presa.

Joyce demoraria para esquecer a dor que sentiu ao ser apunhalada pelas memórias do fantasma que a visitou no início daquela manhã. Do mesmo modo, levaria tempo para que as memórias do espírito desbotassem de seu cérebro.

De uma janela vazia, sem sonhos, propício para uma noite de sono tranquila, a médium foi jogada em um corpo que não lhe pertencia assim que abriu os olhos. Ela estava nua em um banheiro com azulejos brancos. Fios ruivos e compridos cobriam seus seios enquanto a água do chuveiro a banhava numa temperatura agradável. Foi no momento que fechou os olhos, para esfregar o xampu nos fios, que aquela vida chegou ao fim.

A dor lancinante que sentiu golpear suas costas se tornou obsoleta quando o plástico florido da cortina do banheiro foi enrolado em sua cabeça e lhe roubou o ar. Os pés de Joyce escorregaram no piso molhado quando se desesperou em busca de ar. Não obstante a dor que sentia nas costas e escorria em filetes vermelhos manchando a água que caía do chuveiro, ela sentiu vários golpes de faca serem fincados na barriga e no peito, errando o coração de propósito.

Joyce não sabia dizer o que fez sua consciência se esvair primeiro, se a dor agonizante das facadas dilacerando sua carne e perfurando seus órgãos, ou a falta de ar nos pulmões provocada pela cortina e sangue acumulado no pulmão. Mas houve algo que pôde ver perfeitamente através do plástico florido antes de sua consciência desvanecer. O rosto dela. Daquela mulher que, segundo a mente furiosa do espírito lhe dizia, era a sua melhor amiga. A única, além da avó, que sabia a senha do apartamento que a moça assassinada vivia, e que por conta de uma promoção de trabalho milionária, decidiu se livrar daquela que havia ficado entre ela e o primeiro lugar.

Até Que A Morte Vos ReúnaOnde histórias criam vida. Descubra agora