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III

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III

GHOST EXPRESS



ㅤㅤ— VOCÊ ACORDOU — falou o fantasma com certo entusiasmo no timbre de voz firme e grave.

Joyce quase se esqueceu de como ficou surpresa ao vê-lo no hospital, por um momento até chegou a pensar que ele fosse uma das pessoas mais abençoadas pela divindade; não era possível nascer com boa aparência e uma voz que a fazia querer ouvir sussurrar em seu ouvido numa sessão de massagem. Injusto demais para com o resto dos mortais. Então lembrou que ele era um espírito preso no mundo dos vivos, o que significava que sua morte não foi pacífica ou que sua vida deixou marcas que deveriam ser resolvidas antes de partir para a pós-vida.

Não importava o quão bonito fosse, o coitado não era tão abençoado assim.

— Eu sou...

— Como me achou? — A médium o interrompeu, ríspida, após se recuperar do choque.

— Voltei pro hospital pra falar contigo e alguns fantasmas me disseram que você ajudava espíritos como eu. Jogamos uma partida de xadrez e...

— Eles te passaram meu endereço!

Não era uma pergunta, mas Sunwoo assentiu com um meneio de cabeça.

— Aqueles malditos fantasmas velhotes! — Joyce praguejou alto e ele salientou os olhos. Ela nunca mais jogaria uma partida de xadrez com eles, quando tivesse que ir ao hospital outra vez!

Após inspirar profundamente, ela colocou as mãos na cintura, fitou o fantasma de Sunwoo Kim, e perguntou:

— Por que precisava do meu endereço? O que você quer? E não me diga que veio apenas porque queria limpar alguma casa!

— E-Eu não queria chegar aqui e te pedir um favor sem mais nem menos... — Sunwoo limpou a garganta e coçou a sobrancelha, afastando uns fios escuros da franja que lhe cobriam as pálpebras. — Quando vi a casa bagunçada, pensei que poderia fazer algo por você antes de...

— Vaza daqui. Agora.

Sunwoo a encarou, piscando.

— Desculpe?

— É claro que fantasmas não limpam apartamentos de graça, por isso não existe o Ghost Express! — retorquiu sarcástica, cruzando os braços. Joyce havia percebido isso no momento em que Sunwoo Kim olhou em seus olhos com a esperança, que ela destruiria, brilhando em suas íris.

O único serviço de limpeza sobrenatural que existia era o realizado pelos ceifadores, e eles erradicavam espíritos errantes, não limpavam apartamentos de médiuns bagunceiros, como ela. Um fantasma jamais ficaria feliz em vê-la sem razão.

Até Que A Morte Vos ReúnaOnde histórias criam vida. Descubra agora