xx

107 25 19
                                    


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


⠀⠀⠀SEBES FLORIDAS CERCAVAM o jardim diante da menor e mais modesta casa da rua. Para Joyce aquela casa tinha o mesmo charme refinado das outras casas do bairro. Ela esfregou as mãos nas calças quando Sunwoo a observou com os olhos quase salientados, tão ansiosos quanto a médium se encontrava.

— Pronta para tocar a campainha? — Ele perguntou.

Joyce não se sentia pronta, por isso respirou fundo, sorvendo o ar carregado pelo cheiro das flores liláceas que adornavam as hastes na varanda dos Kim, ao tocar a campainha.

A mente dela havia assumido a alvura das paredes externas da casa. Tudo que havia cogitado usar como desculpa para estar ali desapareceu assim que viu a mulher da mesma altura que ela, surgir na porta da casa com dois homens altos no encalço.

Os olhos de Joyce se expandiram ao notar quem eram aqueles homens. Sunwoo a olhou de soslaio quando notou os distintivos pendurados no pescoço de ambos, enquanto eles caminhavam com a Sra. Kim até o portão de entrada onde a médium esperava.

A tez da Sra. Kim se enrugou ao ver a jovem desconhecida parada diante de si. Os olhos castanhos, semelhantes aos de Sunwoo, fitaram-na curiosos.

Joyce apertou a mão de Sunwoo sem perceber, engoliu em seco e umedeceu os lábios. Para Sunwoo podia parecer que seu nervosismo se dava pela presença da Sra. Kim, contudo não era a mãe do rapaz que fazia seus ossos gelarem, mas os olhos do detetive Hélio Golvino, cerrados em sua direção.

Inúmeros cenários surgiram na mente dela, quando ele abriu a boca. Uma palavra e ele estragaria tudo diante da Sra. Kim. O plano de Sunwoo falharia e Joyce seria obrigada a dizer a verdade, parecendo uma golpista maluca tentando enganar uma família entristecida pelo luto, pois não havia pensado em um plano b.

Mas, para a sorte de ambos, o detetive mal pronunciou uma sílaba e seu telefone tocou. Ele se despediu da Sra. Kim com um pedido de desculpas e se afastou, atendendo o telefone. Seguindo seu exemplo, o parceiro dele — que não a notou por manter os olhos abaixados e os ombros curvados anotando algo em seu bloco de anotações —, se despediu da Sra. Kim com uma mesura exagerada e correu para o utilitário estacionado na esquina; onde Hélio se encontrava atrás do volante, ainda com o telefone na orelha.

Joyce ainda apertava as mãos de Sunwoo quando soltou o ar dos pulmões, mas só se deu conta disso quando ele correspondeu seu aperto. Ela sentiu o rosto corar e pigarreou, voltando a encarar a mulher de lábios frisados e olhos umedecidos a observando.

Joyce não ousou soltar a mão de Sunwoo, pois, ao olhar para a mulher diante de si, entendeu porque ele havia apertado sua mão — e, porque sua expressão havia mudado de alegre e brincalhona para triste e abatida.

— Sra. Kim?

— S-Sim?

— Sou Joyce, Joyce DeLuna — a jovem estendeu a mão livre. — Você não me conhece, mas sinto como se nos conhecêssemos, de tanto que Sunwoo me falou sobre você.

Até Que A Morte Vos ReúnaOnde histórias criam vida. Descubra agora